Terça-feira, 25 de Maio de 2010
Há um mito sobre os benefícios para o ambiente com a troca IMEDIATA dos actuais veículos movidos a energia fóssil por outros movidos a energia eléctrica: esquecem-se os defensores desta tese de que a maior parte da energia eléctrica tem ainda hoje origem na energia fóssil e assim sendo quando usamos um carro eléctrico estamos em última instância a consumir energia fóssil do mesmo modo só que nos chega na forma de energia eléctrica, com vantagens e inconvenientes: é que para termos o nosso carrinho a andar temos que ter antes várias conversões de energia: 1º) a energia fóssil é transformada calor para aquecer a água que acciona as turbinas da central eléctrica; 2º) a força motriz é depois transformada em energia eléctrica pelos alternadores da central e uma parte dela é logo aí consumida; 3º) a energia eléctrica tem que ser transportada até ao local onde ela é necessária para a carga das bateria do nosso automóvel "amigo do ambiente". Portanto há que a levar até lá; 4º) depois a energia eléctrica é transformada em energia química quando carregamos as baterias dos nossos carros eléctrico; 5º) energia química armazenada nas baterias tem que ser de novo transformada em eléctrica para accionar os motores eléctricos do nosso carrinho; 6º) finalmente, para que o veículo ande há que transformar a energia eléctrica de novo em força motriz. Em cada uma destas etapas há perdas de energia e não poderemos esquecer que a energia eléctrica é ainda fundamentalmente produzida a partir de energia fóssil, pelo menos em Portugal, onde não temos produção de energia eléctrica a partir da energia nuclear. Assim, estamos apenas a mudar o local onde poluimos: saindo das cidades para os locais das centrais, porém em termos globais não haverá para já outros benefícios. Há ainda outro problema: o destino a dar à enorme quantidade de baterias em fim de vida? Para já a melhor solução serão os hibrídos, veículos que poderão armazenar a energia das descidas e das travagens para que o seu consumo seja menor, mas há que fazer as contas ao seu preço...
Quinta-feira, 20 de Maio de 2010
A verdadeira ajuda à exclusão e à pobreza não é o "Rendimento mínimo de inserção" pois não serve os casos dos mais necessitados, dos que dormem ao relento e comem no caixote do lixo. É fácil observá-los, principalmente nas grandes cidades. Assim, esse dinheiro deveria ser desviado para a construção e manutenção de camaratas e abrigos para que NINGUÉM TIVESSE QUE VIVER NA RUA: todos têm direito a uma cama sob um tecto, à comida e à assistência médica para poderem sobreviver, mesmo que sejam toxicodependentes ou deficientes mentais e jogar-lhes dinheiro em cima de nada serve. O sistema actual não elimina essa praga e cria, ao invés, uma clientela de gente que recebe centenas de euros (se tiverem muitos filhos) para gastar onde muito bem lhes apetece. Quem sabe se alguns não vivem até à conta do subsídio com prejuízo das crianças de que se servem para o receber?
Terça-feira, 4 de Maio de 2010
É evidente que ao PS interessa muito mais a reeleição de Cavaco Silva do que a eleição de Manuel Alegre ou até de Fernando Nobre, mas o apoio expresso do PS a Cavaco - o candidato do PSD e do CDS - ser-lhe-ia muito incómodo e iria baralhar a mente de muitos socialistas pois tal poderia indiciar que aqueles três partidos estão na realidade politicamente muito mais próximos do que se julga, o que é inconveniente para o PS que quer marcar a sua posição de esquerda. Então que fazer? Talvez repetir uma fórmula já usada nas anteriores presidenciais: apoiar um candidato sem qualquer possibilidade de sair vitorioso só que agora é um pouco mais arriscado. Na realidade qualquer candidato só poderá derrotar Cavaco se lhe retirar alguns milhares de votos, i.e. Manuel Alegre só poderá ganhar a Cavaco se conseguir recolher os votos de toda a esquerda e mais alguns de quem votou em Cavaco nas anteriores presidenciais, o que é muito difícil. Se há um candidato com alguma possibilidade conseguir essa proeza ele é Fernando Nobre que não está conotado com qualquer partido político e tem participado em actividades de natureza humanitária, característica que recolhe o apreço e a simpatia de um espectro mais alargado do nosso eleitorado.