Quarta-feira, 23 de Maio de 2012

Greve contra a redução do pagamento das horas extra

Compreendo a revolta dos trabalhadores que se manifestam (em greve) contra a redução do valor do pagamento das horas extraordinárias.

 

Tendo em consideração até a alta taxa da desemprego a própria lei deveria permitir o recurso das Empresas à utilização do trabalho extraordinário apenas para os casos pontuais e não como prática de gestão corrente das Empresas, como acontece em algunas na área dos transportes.

 

É claro que quando a própria lei reduz o preço das horas extra, essa lei não está a promover a criação de Emprego mas a exploração dos atuais trabalhadores, que, por vezes, são obrigados a fazê-las contra a sua própria vontade. Assim, seria compreensível que as greves fossem contra as horas extra e que fossem por período indeterminado até à alteração do atual regime que as regula. 

 

Muitos trabalhadores, porque são mal pagos, também desejam fazer horas extraordinárias, pois contam até com esse acréscimo de rendimento no seu salário e nem se lembram que estão a retirar a possibilidade de outros terem trabalho.

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 19:10
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Sexta-feira, 18 de Maio de 2012

Os Funcionários Públicos ganham em média mais do que os dos setor privado

Como se sabe a média dos vencimentos na Função Pública é superior à das Empresas privadas e se isso é um facto incompreensível para algumas pessoas, incluindo as da Troika, Tal não espanta para quem conhece a realidade da função pública portuguesa.

 

Já há bastantes anos que a função pública portuguesa deixou de admitir pessoal para trabalhos menos qualificados, como por exemplo: porteiros, todos os serviços auxiliares, para a restauração e a limpeza, incluindo a das ruas, a recolha e transporte de lixo, a jardinagem, pessoal para auxiliar os técnicos nas tarefas mais simples e rotineiras são hoje feitas pelos proprios técnicos com prejuízo da sua rentabilidade.

 

Na função pública, esse trabalhos “menos qualificados” têm ficado sem substitutos à medida que os antigos funcionários se vão reformando. Nalguns casos, têm vindo a ser contratadas empresas privadas (*). Esse pessoal limita-se a cumprir as tarefas contratadas à Empresa a que pertencem e a sua deslocação para auxiliar numa outra tarefa, não se põe ainda que a sua lhe permita alguma folga. Na antiga (e na atual F.P.), quando é preciso existe alguma flexibilidade e por isso hoje até os técnicos são forçados a fazer trabalhos não lhes estariam destinados simplesmente porque não têm ninguém que os ajude. O tempo em que o professor tocava a campaínha para o contínuo lhe trazer mais giz já passou, mas nessa altura esse mesmo contínuo desmpenhava muitas outras tarefas.

 

Em resumo: a função pública portuguesa é hoje quase exclusivamente formada por técnicos superiores, investigadores, professores, médicos, enfermeiros, polícias, militares (muitos em missão no estrangeiro) e outro pessoal altamente qualificado;  pelo contrário, as empresas privadas são formadas em grande parte por pessoal sem grande qualificação, como por exemplo: a indústria do vestuário, do calçado, a agricultura, a pecuária, a pesca, a construção civil, as empresas de serviços temporários, referidas em (*), o comércio em geral são tudo trabalhos executados por empresas privadas que não precisam nem têm ao seu serviço muito pessoal altamente qualificado, por isso os salários são muito baixos e rondam sempre o salário mínimo nacional. Nas Empresas Públicas (que são do Estado mas que têm regime de trabalho do setor privado), a realidade é outra: o perfil dos funcionários é mais qualificado e salários também  e têm normalmente regalias sociais superiores às concedidas pela F.P. .

 

Também há algumas Empresas Privadas muito boas, embora poucas, que concedem aos seus trabalhadores bons salários e boas regalias sociais, Exemplo: Auto-Europa, os novos hospitais privados, para onde estão a "fugir" muitos médicos e enfermeiros da função pública (os que podem porque enfermeiros há muitos desempregados) e onde também não necessitam de se desdobrar a fazer tarefas que podem e devem ser feitas por pessoal menos qualificado, reduzindo-lhes o "stress", aumentando a sua produtividade e até auto-estima.

 

Há ainda algumas classes que para este efeito não sei se as consideram como "funcionários públicos", são elas: os políticos, o pessoal das Embaixadas e Consulados, os magistrados e os altos cargos militares do exército, marinha e força aérea. Se forem considerados como tal, então o valor final da média dos salários subirá ainda mais. 

 

Afinal querem comparar o quê?

 

 

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 10:21
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Quarta-feira, 16 de Maio de 2012

Merkel e a sua atitude face aos excessos despesistas de países como a Grécia e Portugal. / Merkel and Germany attitude to the expenses of countries like Greece and Portugal.

A Chanceler alemã exige mais e mais austeridade para a Grécia, e Portugal (e para outros países), mas a Alemanha foi também responsável pela situação, vendendo submarinos a países sem condições económicas para os adquirirem, sem necessidade deles e sem dinheiro para a sua manutenção. Essa venda poderá ter sido facilitada porque existia uma alta corrupção nesses países e a Alemanha sabia disso e terá pago a políticos corruptos para fechar o negócio, o que ajudou a aumentar os défices nos seus países, por isso gostaria de saber quantos milhões de euros terão entregue aos políticos corruptos que contrataram essas compras ruinosas e desnecessárias para os seus países. Investigações já foram feitas, mas as consequências não satisfazem completamente. O estatuto moral da Alemanha também foi posto em causa. Mais, a solidariedade económica da UE não compreende porque os países em crise pagam juros superiores aos países que não foram tão atingidos pela crise e assim os países em melhores condições podem até ganhar com o negócio. Mais: Estes negócios deveriam ser considerados inválidos e os submarinos devolvidos às Empresas corruptoras. 

 

*

 

German chancellor calls for more and more austerity for Greece and Portugal (and other countries), but Germany was also responsible for the situation, selling submarines to countries without conditions for buying them, without enough money for their maintenance. This sale may have been facilitated because there was a high corruption in these countries and Germany knew this and have paid the corrupt politicians to close those deals, which helped increasing deficit in their countries, so I wonder how many millions will have been delivered those corrupt politicians who hired these ruinous and unnecessary purchases to their countries. Investigations have already been made​​, but consequences do not fully satisfy. Moral status of Germany was also put into question. Further, the economic solidarity of the EU does not understand why crisis countries pay higher interests than those in better conditions and that even may win dealing this way. More: Farthermore, these businesses should be considered invalid and submarines return to  corrupting Companies.

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 08:21
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Terça-feira, 15 de Maio de 2012

Portugal, Grécia: a agonia da morte lenta ou bancarrota já?

Mais de 40% dos Gregos já afirmam que preferem a bancarrota. Uma coisa é certa não está correto sufocar sucessivamente a população sem fim à vista, anunciando-se já como perdidas as próximas gerações. 

 

É claro que a Grécia pode sair do euro, tal como Portugal. Aliás, Portugal, a Grécia e outras pequenas economias nada contam para da paridade do EURO, por isso, embora essa moeda circule nestes países, na realidade, eles nunca pertenceram ao euro. Terão, porventura, sido enganados durante vários anos (tal como o resto do mundo que acreditou existir realmente um bloco económico chamado EURO), mas isso era pura fantasia e o resultado foram as taxas juro extremamente baixas que foram concedidas inicialmente e de que “benificiaram” países a que posso chamar de dessincronizados. Não culpo a segurança social, até porque os grandes desmandos foram noutras áreas: obras faraónicas com contratos altamente ruinosos para o Estado, alta corrupção sem responsáveis, "salários" pagos por empresas públicas aos seus gestores de fazer inveja aos países mais ricos a que se seguem reformas multi-milionárias sem descontos em conformidade (e ao fim de meia dúzia de anos), etc.

 

O tal bloco, se existisse, teria criado inavitavelmente os “eurobonds” (títulos de dívida europeia), o que implicaria outras medidas de regulação para prevenir abusos despesistas e até a extrema corrupção dos débeis países da UE que os países mais ricos também conheciam. Mas o resultado está aí e agora vai ser muito difícil, senão impossível corrigir o erro.

 

Muita gente nem sabe que há países sem moeda própria e que usam outra nas suas trocas comerciais internas  e externas, como, por exemplo, o dólar americano. Por isso, na realidade, a Grécia (ou Portugal) poderiam muito bem ser expulsos do euro continuar a usá-lo se quizessem, mas a situação é tão grave que nem isso é conveniente: a correção monetária através da desvalorização de uma moeda afeta toda a gente: o valor dos imóveis, os salários, as pensões, o lucro das empresas, os arrendatários, os rendeiros, e até reduz o valor das dívidas, desde que sejam convertidas para a nova moeda logo após a sua criação (tal como acontecerá aos aforradores). Haverá casos de resistência, mòrmente quanto aos credores externos. Para os resolver é fundamental a existência de um Governo forte e que defenda o interesse nacional, até porque o país também foi vítima da armadilha em que cairam os credores e os países devedores, explusos do euro. Todos acreditaram na nova moeda que afinal não correspondeu às espectativas.

 

A bancarrota será inevitável, mas será preferível para já à anunciada morte lenta durante esta e as próximas gerações. Termino com a frase do nosso Primeiro Ministro: “Não sejamos piegas!”. Mas a mudança exigem outros governantes e outras opções.


Quanto às grandes fortunas em dinheiro, há muito que estão fora deste país (e creio que da Grécia também), portanto aí também já não há nada a perder.

 

O que falta? a consciencialização popular e que deverá acontecer à medida que forem sendo afetados, basta olhar para a Grécia: Que terá acontecido para a população mudar massivamente a sua orienteção de voto que durou décadas?

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 10:12
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