De acordo com as estatísticas oficiais mais recentes, o desemprego voltou a aumentar em Portugal (link), apesar de muita gente estar a atingir a idade da reforma, o maior drama é que nem sequer os lugares que estão ficando livres são disponibilizados para os mais jovens, onde o desemprego é maior, atingindo já oficialmente cerca dos 35% para este grupo de portugueses. Parece que as entidades patronais estão desejando ver-se livres dos empregados que possuem e por isso não substituem os que vão saindo.
A opinião de que os portugueses deveriam ter mais filhos cai assim por terra:
1.º) Porque os portugueses mais jovens, em idade de ter filhos não podem constituir família porque nem sequer têm acesso a um emprego e quando têm o salário é insuficiente para se tornarem autónomos dos pais; ou acabam por emigrar (link). Já terão emigrado 300 a 400 mil jovens que vão procriar lá fora, como é evidente;
2.º) Porque não se vêem melhores perspetivas para as gerações futuras, só irresponsáveis desejariam ter mais do que 1 ou 2 filhos no máximo e apenas devido ao instinto de procriação. Essas crianças irão apenas engrossar um dia, quando crescerem, o número de emigrantes ou de desempregados.
O governo, ele próprio, cria o desemprego quando: a) aumentou e continua a aumentar a idade das reformas; b) fomenta o aumento do número de horas de trabalho semanal; c) reduz o número de feriados e de dias de férias; d) reduz o número de empregos nas áreas em que é patrão, i.e. na função pública e nas empresas públicas; e nem substitui os funcionários que se vão aposentando. A renovação de uma simples carta de condução chega a demorar 1 ano e mais; e) nas empresas públicas é notório que a redução de trabalhadores pretende tornar as empresas mais atrativas para a sua privatização; f) obriga a que os municípios sigam a mesma lógica; g) não cria leis que obriguem as entidades patronais a admitir os empregados de que necessitam mas obriga a que os trabalhadores a cumpram horas extraordinárias contra a sua vontade, o que é até perigoso e vários casos, como na área dos transportes por exemplo. Obviamente que as horas extraordinárias só deveriam ser permitidas em casos pontuais e não como forma de suprir as necessidades correntes das empresas; h) reduz por lei o preço das horas extraordinárias dos trabalhadores e permite a criação de "bolsa de horas", incentivando também de outro modo o recurso das empresas a esta modalidade, porque o preço aí fica a custo zero. Os funcionários ficam obrigados a gastar os dias em crédito fora das férias que a família deixa de poder programar.
A taxa de desemprego oficial diverge da real e não se aproxima daquela porque o governo utiliza habilidades matemáticas para a reduzir. Por exemplo: quem não comparece nos Centros do Instituto de Emprego e Formação Profissional a atestar a sua condição de desempregado deixa de ser considerado como tal; o acesso aos Centros de Emprego é dificultado por falta de capacidade de resposta, acumulando-se enormes filas de utentes que aguardam a sua vez de serem atendidos levando a que muitos desistam e deixem de contar nas estatísticas. Muitos Centros da Segurança Social também já só atendem com marcação prévia por falta de pessoal; o governo cria cursos para quem quer trabalhar e quem entra neles ou os recusa deixa de ser considerado como desempregado; oferece trabalhos a tempo parcial e, do mesmo modo, quem os aceita ou recusa também sai da estatística de desempregados; os muitos portugueses que emigraram também já não constam nessas estatísticas, como é óbvio.
Por isso, se o desemprego real é muito superior ao oficial e mão me admiraria se fosse o dobro.
As rendas nos arrendamentos privados vão aumentar 3,19% em 2012. As rendas aumentam anualmente sempre pouco mais do que a inflação e a justificação é o baixo valor das rendas de casa em Portugal. Mas esta notícia tem que ver com os arrendamentos do mercado livre e não tem nada que vêr com aumentos que chegam a atingir 3.000% e que escapam ao meu entendimento.
Gostava de saber porque é que nos bairros de RENDA SOCIAL, que SÃO DO ESTADO ou das CÂMARAS MUNICIPAIS, as rendas estão a ser aumentadas em valores exorbitantes que chegam a atingir os 3.000% e até mais. O facto das rendas dessas habitações não terem sido aumentadas desde há muitos anos não justifica tais aumentos agora, até porque se se têm mantido, tal não se deve aos seus moradores mas ao desleixo dos responsáveis por esses bairros. E mesmo que pretendessem fazer agora o cúmulo dos aumentos entretanto havidos no mercado geral da habitação nunca se atingiriam tais valores. Estas situações acontecem porque afetam uma minoria de cidadãos sem poder reivindicativo e porque o facto não tem o impacto que mereceria na TV nem nos jornais. Uma justificação fundamentada seria devida sobre a disparidade dos aumentos das rendas no mercado geral de habitação e nas habitações de renda social, até porque estamos a falar de casas de renda social, normalmente de qualidade inferior porque foram projetadas e construídas para servirem os fins que têm e que estão inseridas em locais desqualificados que estigmatizam no mau sentido quem lá habita. Taxistas há que se recusam a ir a certos bairros sociais. Muitas dessas casas estão degradadas e mesmo que tenham sido recentemente remodeladas rapidamente voltarão à situação anterior porque a administração desses bairros não conseguirá mantê-las em condições normais. Os seus habitantes são ainda na sua maioria gente honesta e trabalhadora e são já suficientemente penalizados pelo facto de terem que viver paredes meias com marginais que não podem denunciar sob pena de sofrerem duras represálias. Assim no bairro ninguém vê, ouve ou sabe da nada quando lhe perguntam sobre qualquer ocorrência. E até a polícia tem frequentemente que se "muscular" para lá entrar. O objetivo dos aumentos desmedidos das rendas só poderá ser o de pressionar os atuais habitantes honestos e com um trabalho regular para que saiam, por forma a darem lugar a outros individuos sem rendimentos oficias e que por isso irão ficar isentos de qualquer renda, promovendo assim a aglomeração de gente desregulada e sem hábitos de trabalho. A seu tempo os bairros sociais tornar-se-ão locais ainda mais perigosos e explosivos.
A fim de conseguir mais dinheiro para os cofres do Estado (ou para pagar o défice do Estado) está na ordem do dia o “ataque” aos bairros sociais por parte do governo. Depois de muitos anos sem actualização das rendas nesses bairros, pretende-se agora aplicar aumentos exorbitantes nas rendas, que atingem por vezes mais de 3.000% sobre os valores actuais.
Se as actualizações anuais nas rendas tivessem sido aplicadas nesses bairros, conforme a lei geral do arrendamento, os valores que essas rendas poderão atingir agora seriam inatingíveis. Os habitantes dos bairros sociais (pelo menos alguns) vão ficar fortemente penalizados por lá habitarem; e nunca lhes chegou a ser dada sequer a possibilidade de aquisição dessas habitações. No arrendamento geral NUNCA HOUVE NEM HAVERÁ TAL EXAGERO. Mas aqui ainda é mais grave porque as habitações são de muito baixa qualidade e muitas delas estão degradadas, sendo os seus habitantes na sua maioria pessoas de classe baixa e média baixa, algumas oriundas de bairros de barracas, que habitavam havia décadas e de onde foram desalojados por passarem aí as novas vias, por isso considero a notícia divulgada recentemente na comunicação social como sendo um escândalo e por isso lhe chamo de "ataque aos bairros sociais".
Na dita “correcção de rendas” apenas têm em consideração o número de filhos e o RENDIMENTO OFICIAL, que todos sabemos ser frequentemente diferente do real, que é de difícil averiguação, senão mesmo impossível, por isso há muito quem considere como injusto o actual sistema de controlo de rendimentos até para efeitos fiscais. É que existem muitas pessoas cujo rendimento é controlável ao cêntimo, mas há muitas outras em que qualquer controlo é impossível. São situações que existem em qualquer sítio e também nos bairros sociais. Além disso, os aumentos das rendas não levam em conta o número de anos que as pessoas habitam o local; a natureza do bairro nem a qualidade das habitações, que é, em geral, bastante sofrível: sem isolamentos eficazes (muito húmidas no inverno e demasiado quentes no verão); nalguns casos nem foram colocados estores, nem portadas nas janelas; nem colocaram portas nos prédios por forma a evitar a entrada de intrusos e vândalos que destroem todo o equipamento dos edifícios, desde campainhas, iluminação, caixas de correio, elevadores (quando os há), canalizações. Chegam a violar o acesso aos telhados sabe-se lá para quê, defecam nas escadas a coberto da noite e da falta de iluminação, enfim... os bairros sociais são um lugar muito pouco aconselhável que já penalizam e bem muitas pessoas honestas, pacatas e trabalhadores que lá habitam, e que são ainda a sua maioria, não lhes conferindo qualidade de vida e estigmatizando-as perante os restantes cidadãos. Muitos dos habitantes dos bairros sociais - aqueles que puderam - fizeram algumas obras de beneficiação para dar aos seus lares um mínimo de condições de habitabilidade e agora nada disso conta...
A aplicação dos aumentos é precedida por vezes de obras de requalificação de fachada, que NÃO CRIAM NEM PODEM CRIAR AS CONDIÇÕES NORMAIS DE UMA HABITAÇÃO COM ALGUMA QUALIDADE, PORQUE: PARA A SUA CONSTRUÇÃO FICAR MAIS BARATA, OS BAIRROS SOCIAIS FORAM FEITOS DE RAIZ COM QUALIDADE INFERIOR. COMO ERAM CASAS DE RENDA SOCIAL, ESSAS RENDAS SERIAM SEMPRE BAIXAS E MUITO INFERIORES ÀS DE MERCADO, por isso os materiais utilizados são da mais baixa qualidade e a qualidade dos projectos também, assim não será de admirar os inumeros problemas referenciados, com infiltrações de água, humidade (de inverno) e o calor insuportável (de verão), etc...
Alguns países da UE estão realmente a aumentar a idade da reforma para os 65 anos mas nesses países a idade da reforma era em geral aos 60 anos. Em Portugal está nos 65 anos e ao nível da idade que está a ser adotada por esses países. Mas vendo o problema de outra ótica: Será que quem defende o aumento da idade das reformas não está a ser perverso? não estará a ser insensível para com o desemprego que assola o ocidente? que sentido faz aumentar a idade das reformas quando o desemprego é tão alto e não irá descer tão cedo? será para dificultar a vida dos jovens? para que os jovens tenham maiores dificuldades em entrar na vida ativa? Será preferível gastar dinheiro para que jovens frequentem cursos que de nada servem a não ser ocupá-los e retirá-los das listas de desempregados enquanto se mantêm os velhos a trabalhar, muitos deles já debilitados, alguns à beira da morte, porque até nesses casos a reforma é difícil de ser conseguida em Portugal?
Está tudo errado: os mais idosos, além de mais débeis físicamente estão também em geral técnicamente menos preparados para a competição global, porém, são obrigados a manter-se na vida ativa para se sustentarem a si e aos seus filhos, jovens e saudáveis com 20/30 e mais anos que não conseguem emprego em lado nenhum. A lógica ditaria até o contrário: deveria facilitar-se a saída para a reforma dos mais velhos o que permitiria a entrada de alguns jovens nos poucos empregos disponíveis..... Pretendem que os velhos continuem a trabalhar (e a descontar) e que morram antes mesmo de beneficiar dos descontos feitos durante toda a vida para um merecido descanso no seu final. É isso! querem acabar com as reformas, mas por outro lado dão-se subsídios a gente que não quer trabalhar, que nunca trabalhou, nem descontou, nem contribuiu nunca para o bem comum. Alguns desses beneficiários andam por aí ganhando extras em vidas marginais e até no crime. Também vemos gente acumular reformas "chorudas" de dezenas de milhares de euros: são "magnatas" que também não contribuiram significativamente em relação ao que recebem até porque são relativamente jovens e não poderiam estar em vários locais ao mesmo tempo. Alguns recebem directamente das empresas a que estiveram ligados durante uns (poucos) anos, empresas que nos aumentam os seus serviços para que os lucros se mantenham e aumentem até.
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