Sábado, 4 de Agosto de 2012

Em Portugal todos têm “direito ao bom nome”, mesmo que não o mereçam.

Em Portugal toda a gente tem direito ao “bom nome” (?) mesmo que não o mereça, mas isso não é assim em todo o sítio. Há cerca de meia dúzia de anos estive no Brasil e assisti a um programa na televisão que me espantou: um entrevistador questionava um indivíduo que tinha sido detido e condenado por ter assassinado uma velhinha simplesmente para lhe roubar a carteira. Perguntáva-lhe então o repórter:

 - Então, valeu a pena teres morto a velhinha para lhe roubar carteira? O indivíduo, calado, baixava sempre a cabeça a esta insistente pergunta do repórter. O motivo do meu espanto veio depois quando o repórter continuou:

- Porque baixas a cara e não me encaras de frente, covarde? Será que tens medo de mim? Tu sabes perfeitamente que não te posso fazer nenhum mal aqui, neste sítio, mas tiveste coragem de matar a velhinha que sabias não poder defender-se de ti e não tens sequer coragem de me encarar! Olha-me de frente, tu és um covarde! Olha pra mim covarde!

Nem mesmo assim o dito assassino teve coragem de encarar o repórter; quanto a mim, fiquei a pensar que um tal programa televisivo seria impensável no nosso país, em Portugal todos têm direito ao bom nome (incluindo os que não o merecem).

Não tenho nenhum link deste programa, mas vou mostar-vos outro semelhante, também passado no Brasil e que pode ser encontrado no Youtube com os seguintes termos de pesquisa: “morre diabo”. Neste caso, ao invés, o assassino teve mesmo coragem de olhar de frente e responder aos repórteres.

  

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 16:29
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Quinta-feira, 19 de Agosto de 2010

Homicidas inimputáveis podem sair ao fim de três anos

É esta a notíca em diversos jornais de hoje como é o caso do DN, cujo "link" indico abaixo. Sobre o assunto não gostaria de deixar de me pronunciar: Tudo bem! apenas falta uma outra medida muito importante que deveria ser tomada em simultâneo: RESPONSABILIZAR EM CASO DE REINCIDÊNCIA QUEM ATESTOU SOBRE A RECUPERAÇÃO DO INIMPUTÁVEL E DE QUEM PERMITIU A SUA SULTURA QUE LEVOU À REINCIDÊNCIA. Pois essa é a prova real de que a decisão foi incorrecta. Neste como noutros casos QUEM ERRA DEVE PAGAR PELOS PREJUÍZOS e estes são erros muito graves.

Há inimputáveis que jamais deverão ser soltos: um criminoso consciente do seu acto poderá não reincidir no crime que até poderá ter sido despoletado por graves prejuízos causados pela sua vítima(s), mas quem poderá afirmar que um criminoso inconsciente da gravidade dos seus actos (por isso inimputável) não voltará a reincidir se ficar em liberdade?

É correcto que uma vez constatada a inimputabilidade de um criminoso ele não seja sujeito a um julgamento em Tribunal e seja simplesmente internado num hospital psiquiátrico, de onde não poderá sair sem que, depois de um período de tratamento sem data definida, UMA EQUIPA DE MÉDICOS PSIQUIATRAS COMPETENTES ATESTEM DA SUA RECUPERAÇÃO DEFINITIVA. MAS ESSES MÉDICOS DEVEM SER RESPONSABILIZADOS EM CASO DE ERRO COMPROVADO PELA REINCIDÊNCIA DO SEU "RECUPERADO" PACIENTE.   

 

A notícia pode ser lida em:

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1644036

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 13:19
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Sexta-feira, 25 de Junho de 2010

O CRIME VIOLENTO E O SEU (NÃO) COMBATE

Os partidos de esquerda desculpam sistematicamente a criminalidade com a pobreza e o desemprego. Parece terem receio de uma atitude mais enérgica na luta contra o crime. Será que ficaram traumatizados desde os tempos do fascismo? Esta postura está a desorientar o seu próprio eleitorado natural: os mais pobres que são também os mais desprotegidos face à criminalidade. Assim, os partidos de esquerda têm muita responsabilidade relativamente ao crescimento de extrema-direita que têm um discurso bem mais sensato sobre o combate crime. Não me parece que o combate ao crime seja incompatível com a defesa dos mais desfavorecidos que também são as principais vítimas dos criminosos porque não têm guarda-costas nem especiais sistemas de segurança nos seus automóveis nem nas suas casas. Têm fechado centenas de Empresas que têm jogando muita gente no desemprego e na pobreza. Muitos trabalhadores ficam até com muitos meses de salário por pagar. Se o desespero e a pobreza fossem o principal motivo para o crime violento então muitos assaltos partiriam dos grupos de pessoas na mesma situação que se juntam nos antigos locais de trabalho. Durante o antigo regime a pobreza em Portugal era maior do que a actual e a criminalidade violenta era praticamente inexistente. Se a mais pobreza implicasse maior criminalidade, então não teria sido assim. As estatísticas nem reflectem a nossa realidade porque as vítimas já não acreditam na eficácia do nosso sistema de justiça e sabem que os criminosos são rapidamente postos em liberdade, mesmo quando capturados em flagrante delito, ficando as vítimas depois sujeitas a represálias, por isso muitas já nem se queixam. Pela mesma razão, vítimas e testemunhas escondem a face quando são entrevistadas pela televisão. Há alguns anos um Mayor de Nova Iorque decidiu que não se deveria menosprezar a pequena criminalidade nem os pequenos delitos, porque a sensação de impunidade se instala nos jovens delinquentes, estes vão progredindo para infracções cada vez mais graves até que a situação se torna incontrolável. Implementou então a célebre "Tolerância Zero" que, como se sabe, deu óptimos resultados, reduzindo num só ano a criminalidade em cerca de metade. A actual política portuguesa é a de manter os criminosos na rua, mesmo depois de várias reincidências. Acredito que “apenas” seja uma forma de poupar dinheiro ao orçamento do estado, poupança que os cidadãos acabam por pagar ainda mais caro quando ficam sujeitos aos actos dos criminosos, na sua maioria já são reincidentes. Os criminosos continuam impunes e com as suas actividades criminais, subindo o nível dos seus delitos e servem de exemplo para que os mais jovens sigam o caminho da delinquência. Este é o resultado das nossas políticas. Por tudo isto é natural que os cidadãos portugueses (e não só porque esta política não é exclusiva do nosso país) no seu desespero começam a mudar a sua orientação de voto para a extrema-direita que tem um discurso bem mais sensato sobre o problema mas depois são penalizados pelas políticas neo-liberais que visam colocar os custos do trabalho ao nível do extremo oriente e da China e retirar-lhes a pouco e pouco todas as regalias sociais conseguidas durante muitos anos (sobre isto poderá ver um comentário meu em http://bancadadirecta.blogspot.com/2009/07/os-milagres-da-globalizacao-na-cimeira.html). Isso já aconteceu em França…
publicado por Zé da Burra o Alentejano às 10:26
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