Terça-feira, 25 de Outubro de 2011
Enfermeiros vão realizar tarefas de médicos. Esta é a notícia de hoje no sapo
Os médicos já não conseguem atender os doentes e muitos deles acabam por voltar para casa sem consulta, mesmo em situações agudas de doença. Muitas consultas e tempo dos médicos é gasto também a renovar receitas dos seus doentes crónicos, que poderia ser muito melhor aproveitado para consultarem outros doentes.
Os enfermeiros poderiam aliviar os médicos em algumas situações e já o fazem à muito tempo nos hospitais quando fazem as triagens, que determinam a espera do doente de alguns minutos ou de horas. Então os enfermeiros não poderiam nalguns casos aliviar os poucos médicos e auxiliar os doentes? Porque não pode o enfermeiro renovar a RECEITA DE UM MÉDICO a um doente crónico e que tem que tomar um medicamento para toda a vida? Porque não pode um enfermeiro distribuir receitas de BENUROM (mais uma vitaminas...) aos doentes que chegam ao Centro de Saúde com uma simples constipação. É claro que se não for suficiente esse medicamento, deverá então entrar em ação o médico. O médico faz exatamente isso. É claro que se o doente tiver outras complicações, então o próprio enfermeiro encaminhará o doente logo de início para o médico. O enfermeiro já não é hoje uma simples pessoa para dar injeções, tem uma formação superior ao nível de licenciatura e por vezes até mais...
Terça-feira, 13 de Julho de 2010
O Governo anunciou o aumento de vagas em vários cursos universitários, nomeadamente na área da saúde: medicina e enfermagem, embora eu não saiba qual será esse aumento. Mas é evidente que o país carece de profissionais naquelas áreas. Na saúde basta passarmos por um qualquer hospital ou centro de saúde e ouviremos facilmente um médico, enfermeiro ou outro técnico de saúde falar um português com sotaque espanhol: são estrangeiros que ocupam lugares altamente qualificados para os quais Portugal não dispõe do número necessário de profissionais. Há décadas que a Ordem dos Médicos se opõe ao aumento das vagas em medicina e tem conseguido impor a sua vontade. Em consequência chegámos ao lamentável resultado que referi. Outra demonstração da carência de profissionais de saúde são as dificuldades em manter os serviços a funcionar durante o verão: vários hospitais da margem sul do Tejo estiveram para fechar os serviços de pediatria e só não o fizeram porque as suas equipas de profissionais muito dignamente sacrificaram as suas férias durante o período de carência. Paralelamente existem dezenas de cursos universitários de que o país não precisa e cujos alunos depois de formados não vão encontrar emprego compatível, pelo que ficarão no desemprego ou aceitarão qualquer coisa onde possam ganhar algum dinheiro.
Compreendo a posição da "Ordem dos Médicos" e agora também a dos Enfermeiros que já têm uma Ordem que são na realidade organizações corporativas que defendem os interesses dos actuais profissionais, dificultando o acesso à profissão aos jovens. É que o excesso de profissionais de uma determinada classe desvaloriza-a e em consequência honorários e salários e outras regalias tenderão a baixar; alguns profissionais poderão aceitar até condições que outros rejeitam. Também poderá significar que o exercício da profissão nos sectores público e privado em simultâneo deixe de ser permitido porque levanta suspeitas de conflito de interesses.
Um curso de medicina em Portugal representa actualmente uma garantia de emprego e bem remunerado, daí a muitos jovens (os que podem) irem para Salamanca estudar medicina, gastando muito dinheiro aos pais e fazendo sair divisas ao país. Portugal tinha até a obrigação de formar profissionais de saúde para os PALOPs que deles muito necessitam, mas com a falta que temos muitos desses profissionais acabam por ficar por cá uma vez que são muito melhor remunerados do que nos seus países de origem. Mais valia o país apostar nestes cursos do que noutros sem saídas profissionais que apenas servem para dar emprego a alguns professores universitários.
Quanto ao exercício da advocacia é a mesma coisa: muitos jovens estão a concluir o curso de Direito mas depois não conseguem a sua inscrição na Ordem que regula o exercício da profissão: são os estágios infindáveis, os exames no final dos estágios, enfim um sem número de dificuldades.
As "REGRAS DO MERCADO" aplicam-se a todas as actividades comerciais e industriais e nas profissões: os bares, restaurantes, papelarias e oficinas que não podem impedir a abertura de outras lojas concorrentes ficam aqui em desvantagem; tal como os pedreiros, ladrilhadores, canalizadores, empregadas domésticas (que há cerca de uma década que não vêem aumentados os seus salários). Todas as profissões que têm uma Ordem, que determina quem pode ou quem não pode exercer a profissão, ficam protegidas da concorrência e é isso que deveria acabar. O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DEVERIA SER CONDICIONADO À DETENÇÃO DA HABILITAÇÃO E (PORVENTURA) A UM DETERMINADO PERÍODO DE ESTÁGIO. EXAMES NO FINAL DE ESTÁGIO (A SEREM FEITOS) DEVERIAM ESTAR A CARGO DAS UNIVERSIDADES E NÃO DAS ORDENS QUE DEVERIAM LIMITAR-SE À VERIFICAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS.
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