Domingo, 25 de Janeiro de 2015

O Syriza ganhou na Grécia, agora o euro vai desvalorizar.

O Syriza ganhou as eleições na Grécia e agora qual vai ser a política do novo governo, se é que vai haver um novo governo? vai exigir renegociações com o FMI e BCE sobre os juros e os prazos dos empréstimos passados e futuros sem exigências da austeridade ser tutelada do exterior? Será que o FMI e BCE vão tentar uma posição de força e arriscar a ficarem com milhares de milhões de euros de dívidas por cobrar à espera que a Grécia lhes caia aos pés de joelhos a pedir perdão pela ousadia? será que a vão impedir de usar o Euro como moeda corrente até que a Grécia muito bem entenda. Cada país usa a moeda que quiser, só precisa de a ter em quantidade suficiente para poder circular, o euro não é nem nunca foi na realidade uma moeda grega, nem portuguesa, nem de outros países europeus, pois não reflete a realidade económica destes países, de contrário o euro ter-se-ia desvalorizado há muito tempo e teria sido o mais conveniente e correto. Mas agora isso deverá acontecer por certo de uma ou outra forma.

Portugal e Grécia usam apenas o euro como moeda corrente, como poderiam usar outra qualquer moeda. A moeda é de quem define a sua gestão e paridade e isso compete ao BCE e indiretamente à Alemanha. A Grécia (ou qualquer outro país) até pode usar o rublo (da Rússia) ou o yan (da China) ou uma outra moeda que entender, incluindo uma moeda exclusivamente sua, que decida cunhar e gerir. Por isso, dizer-se que a Grécia pode ser expulsa do euro é pura fantasia. Poderá ser expulsa do BCE, mas também não tem estado lá a fazer nada, tal como Portugal e muitos outros países, uma vez que não influenciam a política monetário do banco emissor.

Quem sabe se a Grécia não seria até muito bem recebida e financiada por uma das novas potências imergentes se aceitar a sua moeda em circulação?

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 17:36
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Quarta-feira, 4 de Junho de 2014

Portugal nunca deveria ter aderido ao euro

Portugal nunca deveria ter aderido ao euro e há quem na altura da adesão o tenha defendido. A adesão do país a uma moeda cujo controlo foge ao governo português seria possível, há países que não têm moeda própria e dão-se bem com isso, mas exige uma boa gestão das despesas do país e, sobretudo, muita honestidade da parte dos governantes e o controlo apertado sobre as entidades bancárias sobretudo, dos fluxos de dinheiro que entram e saem do país, principalmente quando saem: saber porquê e para quê. O Estado manda que os bancos controlem pequenos levantamentos dos aforradores (10 ou 15 mil euros) mas o desleixo é completo quando se trata de milhões. 

 

Mas que fazer agora? aonde ir buscar o dinheiro para pagar as dívidas? Pois quando não há dinheiro vai-se buscá-lo em primeiro lugar a quem o levou ilegitimamente para fora do país, normalmente para paraísos fiscais, caso isso não seja possível então TODOS terão pagar (se puderem): capitalistas, senhorios, patrões, governantes, assalariados, reformados, inativos ricos, empresas, etc. É por isso que se o país tivesse uma moeda própria tudo era mais fácil e justo: desvalorizava-se a moeda e eram todos automaticamente atingidos de uma só vez e pronto! Mas porque é que em Portugal se escolhe uma parte da população, que nem teve culpa das muitas falcatruas que se fizeram ao longo de 40 anos, para pagar a parte de leão dos sacrifícios? É por isso que o Tribunal Constitucional - e muito bem - faz aplicar a C onstituição que, felizmente, exige que não haja discriminação e salvaguarda a igualdade de tratamento a todos os portugueses.

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 06:18
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Segunda-feira, 8 de Abril de 2013

Orçamento de 2013 chumbado e agora qual a alternativa?

Uma alternativa credível seria um PS que estivesse mais próximo das ideias do Bloco e do PC sem necessidade de fazer qualquer acordo com aqueles partidos, mas que em casos concretos iria receber o seu apoio e o da população (em especial funcionários públicos, outros assalariados e reformados) já farta das políticas gravosas que lhe têm sido impostas. Acordos formais com aqueles partidos não seriam convenientes porque muitos portugueses desconfiam ainda da sua valia embora cada vez mais se prove que têm razão. Quem falou primeiro em "títulos de dívida europeia", "aumento de prazos para pagamento da dívida", "renegociação com a troika", "procurar os responsáveis que desviaram para off-shores o dinheiro que agora nos falta"?

 

Mais: As Empresas como a PT, Galp, EDP, PPPs, estão a dar muitos milhares de milhões de euros em lucros que poderiam ir para os cofres do Estado se não tivesse sido privatizadas e agora esse lucro vai para os privados. Um imposto especial mais alto sobre os lucros destas Empresas seria bem aceite por todos os portugueses e ajudaria a resolver o problema económico, mas os políticos de direita nunca o farão porque uma medida dessas vai contra os seus princípios e preparam-se ainda para privatizar as Águas de Portugal e a CP, mas nesta última só os setores que dão lucro, como a linha de Sintra, de Cascais, a CP Carga, etc. O que dá prejuízo fica de fora para os portugueses pagarem. 

 

Porque não seguir o exemplo francês e criar um imposto a aplicar às Empresas que pagam milhões de euros aos seus administradores, fazendo as pagar valores equivalentes para o fisco?

Renegociar a dívida do país é fundamental, mas seguindo a lógica da Islândia: dizendo ao FMI e à Troika "vamos lá ver o assunto honestamente ou aceitam juros que possamos pagar ou arriscam-se a que não paguemos por impossibilidade real..." nem que isso nos obrigue a sair do euro (?), onde Portugal nunca esteve na prática porque a sua realidade económica nunca foi refletida no valor da moeda. Também já se constatou que a solidariedade dentro da UEM não é real, assim
Portugal apenas usa o euro nas suas transações e poderá continuar a usá lo enquanto ele existir, se assim entender, ninguém nos poderá impedir nem a UEM terá interesse nisso. Há países independentes que não têm moeda própria, como por exemplo: o Equador, Panamá, El Salvador (...) que usam o dólar americano. Do mesmo modo, Andorra, Mónaco, São Marino, Vaticano, Montenegro e até o Kosovo não têm moeda própria e usam o Euro como moeda nas suas transações.

 

O que aconteceria por certo seria o país achar mais conveniente abandonar o euro e adotar a sua própria moeda para voltar a poder controlá la e desvalorizá la quando fosse necessário. Uma desvalorização da moeda não afeta apenas os salários dos funcionários públicos e privados, nem as reformas. Numa desvalorização todos os rendimentos de trabalho e não só, são afetados, o que até seria mais justo, porque distribui pela população em geral o esforço de reequilíbrio.

 

 

 

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 10:04
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Quarta-feira, 19 de Setembro de 2012

Porque nos baixaram o "rating" e subiram os juros para os empréstimos a Portugal?

Este país está há décadas a desindustrializar-se: umas vezes porque as nossas empresas foram privatizadas e logo desativadas (exemplo: Sorefame); outras porque se deslocalizaram para o Oriente, por via da Globalização; outras porque a política europeia comum a isso levou (a nossa indústria das pescas); outras porque não resistiram à globalização e acabaram por ir à falência, enfim estávamos a perder a nossa capacidade produtiva e as Empresas que subsistem (na área dos serviços, excepto a AUTOEUROPA alemã) contribuem pouco para o bem comum, para além dos empregos que oferecem a alguns portugueses, mas: ou têm incentivos especiais; ou os capitais aqui ganhos são desviados para se expandiram para o estrangeiro (e os novos empregos são criados lá); as mais valias, pouco taxadas, logo escapam para paraísos fiscais; etc... 

 

Apesar disso, com a entrada de Portugal no EURO, o mundo acreditou que se estava a criar um espaço monetário solidário e pudémos benificiar de muito baixas taxas de juro durante alguns anos. Foi nesta altura que o país, as regiões, os municípios e os cidadãos a título individual fizeram as contas com base nessas taxas de juro e chegaram à conclusão que poderiam endividar-se porque as receitas (ou salários) expectáveis seriam suficientes para pagar as amortizações dos empréstimos mais os juros. Mas quando os nossos credores se aperceram que nós estávamos a desmontar a nossa capacidade produtiva e que a solidariedade do EURO não seria para valer, começaram a desconfiar que não iríamos poder pagar os nossos empréstimos e assim baixaram-nos o "rating". Em consequência, os juros subiram agudizando ainda mais o problema: provocando mais falências e mais desemprego, o que determinou o aumento da sobrecarga fiscal sobre os portugueses para equilibrar as contas do Estado, reduzindo a procura interna para a qual a maioria das empresas trabalham. Entrámos então numa espiral louca e infernal cuja culpa não é nossa e de onde não poderemos sair.

 

Era chegada a hora de por à prova a solidariedade dentro do espaço do EURO, mas o egoísmo nacionalista dos países mais fortes veio à tona e não aceitaram partilhar custos, criando os títulos de dívida europeia, os chamados "EUROBONDS". Se tal tivesse acontecido o mercado teria acalmado e tudo estabilizaria rapidamente. Mas isso não aconteceu e os países atingidos foram práticamente abandonados à sua sorte e acabarão por sucumbir mais cedo ou mais tarde. Mas os países mais fortes que também abraçaram sem reservas a globalização acabarão por ser também eles minados e acabarão por seguir o destino dos mais fracos. Assim, basta esperar para verem o resultado das sua políticas! 

 

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 15:37
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Terça-feira, 15 de Maio de 2012

Portugal, Grécia: a agonia da morte lenta ou bancarrota já?

Mais de 40% dos Gregos já afirmam que preferem a bancarrota. Uma coisa é certa não está correto sufocar sucessivamente a população sem fim à vista, anunciando-se já como perdidas as próximas gerações. 

 

É claro que a Grécia pode sair do euro, tal como Portugal. Aliás, Portugal, a Grécia e outras pequenas economias nada contam para da paridade do EURO, por isso, embora essa moeda circule nestes países, na realidade, eles nunca pertenceram ao euro. Terão, porventura, sido enganados durante vários anos (tal como o resto do mundo que acreditou existir realmente um bloco económico chamado EURO), mas isso era pura fantasia e o resultado foram as taxas juro extremamente baixas que foram concedidas inicialmente e de que “benificiaram” países a que posso chamar de dessincronizados. Não culpo a segurança social, até porque os grandes desmandos foram noutras áreas: obras faraónicas com contratos altamente ruinosos para o Estado, alta corrupção sem responsáveis, "salários" pagos por empresas públicas aos seus gestores de fazer inveja aos países mais ricos a que se seguem reformas multi-milionárias sem descontos em conformidade (e ao fim de meia dúzia de anos), etc.

 

O tal bloco, se existisse, teria criado inavitavelmente os “eurobonds” (títulos de dívida europeia), o que implicaria outras medidas de regulação para prevenir abusos despesistas e até a extrema corrupção dos débeis países da UE que os países mais ricos também conheciam. Mas o resultado está aí e agora vai ser muito difícil, senão impossível corrigir o erro.

 

Muita gente nem sabe que há países sem moeda própria e que usam outra nas suas trocas comerciais internas  e externas, como, por exemplo, o dólar americano. Por isso, na realidade, a Grécia (ou Portugal) poderiam muito bem ser expulsos do euro continuar a usá-lo se quizessem, mas a situação é tão grave que nem isso é conveniente: a correção monetária através da desvalorização de uma moeda afeta toda a gente: o valor dos imóveis, os salários, as pensões, o lucro das empresas, os arrendatários, os rendeiros, e até reduz o valor das dívidas, desde que sejam convertidas para a nova moeda logo após a sua criação (tal como acontecerá aos aforradores). Haverá casos de resistência, mòrmente quanto aos credores externos. Para os resolver é fundamental a existência de um Governo forte e que defenda o interesse nacional, até porque o país também foi vítima da armadilha em que cairam os credores e os países devedores, explusos do euro. Todos acreditaram na nova moeda que afinal não correspondeu às espectativas.

 

A bancarrota será inevitável, mas será preferível para já à anunciada morte lenta durante esta e as próximas gerações. Termino com a frase do nosso Primeiro Ministro: “Não sejamos piegas!”. Mas a mudança exigem outros governantes e outras opções.


Quanto às grandes fortunas em dinheiro, há muito que estão fora deste país (e creio que da Grécia também), portanto aí também já não há nada a perder.

 

O que falta? a consciencialização popular e que deverá acontecer à medida que forem sendo afetados, basta olhar para a Grécia: Que terá acontecido para a população mudar massivamente a sua orienteção de voto que durou décadas?

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 10:12
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