Fiquei estarrecido quando li a notícia em título no meu post de que este governo nomeou 1500 pessoas que vão receber subsídio de férias (e se calhar também o de Natal), principalmente tendo em conta que o cortou aos reformados, funcionários públicos e das empresas públicas. Espero, pelo menos, que sejam gente com salários reduzidos de cerca de 500 euros, pois é imoral retirar-se aos que referi acima e depois ir nomear pessoas e dar-lhes o que foi tirado aos outros, numa espécie de Robin Wood mas ao contrário. Veja a notícia abaixo (não precisa de link).
O facto do governo dizer que não pode cumprir com os compromissos para com o exterior se não eliminar os subsídios de natal e de férias aos funcionários públicos (reformados e alguns pensionistas) é uma mentira descarada, porque a importância que poupa pode ser compensada através de um aumento do IRS, que é uma medida muito mais justa porque abrange todos os assalariados (e já só estou a falar desses). A medida alternativa, foi defendida em tempos pelo Presidente da República e em nada reduz a verba poupada com os atuais cortes nos subsídios, seria mais justa e permitiria reduzir o esforço dos funcionários públicos, porque abrangeria um universo muito maior. Assim, se o Governo invocar o corte dos subsídios de 2012 e de 2013 aos funcionários público (talvez para sempre) por "ser uma medida de interesse público", A MEDIDA CONTINUA INCONSTITUCIONAL POR NÃO SER VERDADEIRA. Tal ficou acima completamente comprovado em poucas linhas e sem necessidade de quaisquer contas à priori.
Continuo sem entender porque só os funcionários públicos e das empresas públicas (para além dos reformados e pensionistas) vão descontar dos seus subsídios de férias e de Natal para ajudar a reduzir défice. Então se a medida estendesse a todos os trabalhadores não seria menos doloroso para os primeiros? A justificação do governo parece sem nexo: diz o nosso Primeiro Ministro que se o desconto fosse feito nos privados, então reverteria para o patrão. Porquê? isso só aconteceria se o governo quizésse. Então não poderia facilmente fazer uma lei que obrigásse a entidade patronal a depositar o montante retido nos cofres da SS ou das Finanças? Outra justificação é de que na FP a média dos ordenados é superior à dos privados (?). É natural que o salário dos professores, médicos, enfermeiros, polícias e demais técnicos do estado sejam superiores aos dos funcionários das empresas privadas, onde a sua maioria têm apenas a escolaridade básica, desempenham funções menos qualificadas e ganham frequentemente o salário mínimo nacional (esses ficariam isentos do sacrifício), mas nalgumas empresas privadas há funcionários altamente qualificados e esses ganham frequentemente mais do que os seus homólogos na função pública, por isso, muitos FPs. mais qualificados, que encontram emprego facilmente no privado, têm saído para trabalhar em empresas privadas, apesar das altas penalizações introduzidas para a sua aposentação antes de idade legal.
Se o governo sabe que todas as funções não qualificadas (porteiros, limpezas, jardinagens, cozinha...) têm vindo a ser contratadas a empresas privadas, que, obviamente, admitem esses trabalhadores para as executar e pagam-lhes muito pouco também. Só vejo uma explicação para a declaração governamental: querem pôr-nos a discutir este problema para não irmos mais longe nas nossas dúvidas, como questionarmo-nos sobre qual o motivo da retirada de direitos socias para os quais, muitas vezes, os trabalhadores até descontaram diretamente dos seus salários? porque aumentam a jornada de trabalho diária? porque retiram feriados e dias de férias? Porque não tocam em nenhuma das regalias de outros grupos? porque não eliminam a possibilidade de acumular três, quatro e mais pensões de milhares de euros cada uma? como foi que esses indivíduos conseguiram obter essas pensões? quanto descontaram para elas? durante quanto tempo? São direitos adquridos dirá o governo (?). Mas só esse grupo os têm agora? a Constituição Portuguesa já foi eliminada? ou já não garante direitos adquiridos para os trabalhadores?
Confirma-se aquilo que eu digo já há anos: o trabalhador ocidental terá que se tornar "chinês" por causa da globalização selvagem. Assim, terá que prescindir de quaisquer direitos sociais, apoios na infância, na doença, no ensino, na velhice; trabalhar 12 horas por dia, 7 dias por semana, sem férias (muito menos subsídio para isso), quase sem feriados (aos poucos dias que tiver chamará de férias), e quando o trabalhador não puder aguentar mais abandona simplesmente o trabalho sem qualquer apoio (reforma) e aguarda serenamente que a morte chegue. Podem pesquisar nos blogues pelo meu "nick name" e "globalização selvagem", Só assim poderá o ocidente competir com os países orientais, onde o custo da mão de obra é verdadeiramente desprezável.
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