De acordo com as estatísticas, cerca de 70% dos portugueses serão também os proprietários da casa que habitam, realidade que não será muito comum noutros países. Este foi o tema de uma notícia televisiva de hoje à noite e os analistas parece não entenderem o motivo que é até bastante simples.
1.º) Para quem procura arrendar uma casa as rendas sempre foram e são desajustadas em Portugal face aos baixos rendimentos da generalidade dos portugueses;
2º) Creio ser sensato que se opte por adquirir um imóvel pelo mesmo valor que se pagaria pela renda de um outro que nunca seria seu nem dos seus descendentes.
3º) As leis portuguesas têm dificultado exageradamente o despejo de arrendatários incumpridores, os processos arrastam-se durante anos nos Tribunais. Os senhorios têm que reservar uma parte das rendas recebidas para as Empresas que administram os prédios, para as devidas taxas legais e para a manutenção. Com alguma frequência os imóveis são devolvidos vandalizados pelos anteriores ocupantes. Assim, à normal manutenção do imóvel há que considerar despesas adicionais para o recolocar em condições de voltar ao mercado. Este panorama não é muito favorável à estabilização do custo das rendas de novos imóveis e leva até a que muitos proprietários optem por mantê-los fora do mercado e a aguardar melhores tempos.
4.º) Depois da entrada de Portugal na união monetária e no euro os juros cairam abruptamente e foi essa nova situação que levou muitos portugueses, que nem sequer teriam posses para pagar uma renda de casa, tivessem feito as contas e aproveitado a ocasião para comprar uma, de resto como fez um país pobre como Portugal quando construiu centros culturais, uma exposição mundial, um conjunto de estádios de futebol para um evento, uma verdadeira rede de autoestradas e até um desnecessário aeroporto em Beja. As regiões e os municípios fizeram o mesmo e endividaram-se, por vezes construindo rotundas também desnecessárias em muitos casos.
A lógica explica o resto: a determinada altura as agências de “rating” repararam que o país se estava a endividar ao mesmo tempo que perdia a sua capacidade produtiva por causa da globalização e que por isso difícilmente pagaria os empréstimos, assim baixou a classificação do país e os juros pedidos subiram para os novos empréstimos a Portugal, o que provocou "cortes", PECs, baixas nos apoios sociais, nos salários, nas reformas, cancelamento de obras, situação que provocou a falência em massa de muitas empresas e o despedimento de muitos trabalhadores. Com menores contribuições de empresas e de trabalhadores foram necessários mais cortes nas despesas do Estado o que provocou mais falências e mais desemprego, numa espiral crescente, e a história ainda vai a meio e não terá final feliz. O clientelismo partidário e uma pitada de corrupção antecipou o processo. Eis o resultado de políticas insensatas que não dizem respeito só a Portugal mas a toda a zona euro.
Assim, o facto de muitos portugueses terem optado pela compra da sua casa e de agora não a conseguirem pagar é fácil de entender, não é?!
"Portugal faz megaleilão com imóveis da Segurança Social Vazios": Esta é a notícia de hoje no "Sapo/Sol".
O Estado paga rendas milionárias em muitos serviços do Estado, por exemplo: Justiça, Lojas do Cidadão... e vai vender em LEILÃO imóveis vazios que poderiam receber os Serviços Públicos com rendas astronómicas, porquê? porque não faz uma gestão coerente dos seus imóveis por forma a evitar o esbanjar de dinheiro em rendas?
As rendas nos arrendamentos privados vão aumentar 3,19% em 2012. As rendas aumentam anualmente sempre pouco mais do que a inflação e a justificação é o baixo valor das rendas de casa em Portugal. Mas esta notícia tem que ver com os arrendamentos do mercado livre e não tem nada que vêr com aumentos que chegam a atingir 3.000% e que escapam ao meu entendimento.
Gostava de saber porque é que nos bairros de RENDA SOCIAL, que SÃO DO ESTADO ou das CÂMARAS MUNICIPAIS, as rendas estão a ser aumentadas em valores exorbitantes que chegam a atingir os 3.000% e até mais. O facto das rendas dessas habitações não terem sido aumentadas desde há muitos anos não justifica tais aumentos agora, até porque se se têm mantido, tal não se deve aos seus moradores mas ao desleixo dos responsáveis por esses bairros. E mesmo que pretendessem fazer agora o cúmulo dos aumentos entretanto havidos no mercado geral da habitação nunca se atingiriam tais valores. Estas situações acontecem porque afetam uma minoria de cidadãos sem poder reivindicativo e porque o facto não tem o impacto que mereceria na TV nem nos jornais. Uma justificação fundamentada seria devida sobre a disparidade dos aumentos das rendas no mercado geral de habitação e nas habitações de renda social, até porque estamos a falar de casas de renda social, normalmente de qualidade inferior porque foram projetadas e construídas para servirem os fins que têm e que estão inseridas em locais desqualificados que estigmatizam no mau sentido quem lá habita. Taxistas há que se recusam a ir a certos bairros sociais. Muitas dessas casas estão degradadas e mesmo que tenham sido recentemente remodeladas rapidamente voltarão à situação anterior porque a administração desses bairros não conseguirá mantê-las em condições normais. Os seus habitantes são ainda na sua maioria gente honesta e trabalhadora e são já suficientemente penalizados pelo facto de terem que viver paredes meias com marginais que não podem denunciar sob pena de sofrerem duras represálias. Assim no bairro ninguém vê, ouve ou sabe da nada quando lhe perguntam sobre qualquer ocorrência. E até a polícia tem frequentemente que se "muscular" para lá entrar. O objetivo dos aumentos desmedidos das rendas só poderá ser o de pressionar os atuais habitantes honestos e com um trabalho regular para que saiam, por forma a darem lugar a outros individuos sem rendimentos oficias e que por isso irão ficar isentos de qualquer renda, promovendo assim a aglomeração de gente desregulada e sem hábitos de trabalho. A seu tempo os bairros sociais tornar-se-ão locais ainda mais perigosos e explosivos.
A fim de conseguir mais dinheiro para os cofres do Estado (ou para pagar o défice do Estado) está na ordem do dia o “ataque” aos bairros sociais por parte do governo. Depois de muitos anos sem actualização das rendas nesses bairros, pretende-se agora aplicar aumentos exorbitantes nas rendas, que atingem por vezes mais de 3.000% sobre os valores actuais.
Se as actualizações anuais nas rendas tivessem sido aplicadas nesses bairros, conforme a lei geral do arrendamento, os valores que essas rendas poderão atingir agora seriam inatingíveis. Os habitantes dos bairros sociais (pelo menos alguns) vão ficar fortemente penalizados por lá habitarem; e nunca lhes chegou a ser dada sequer a possibilidade de aquisição dessas habitações. No arrendamento geral NUNCA HOUVE NEM HAVERÁ TAL EXAGERO. Mas aqui ainda é mais grave porque as habitações são de muito baixa qualidade e muitas delas estão degradadas, sendo os seus habitantes na sua maioria pessoas de classe baixa e média baixa, algumas oriundas de bairros de barracas, que habitavam havia décadas e de onde foram desalojados por passarem aí as novas vias, por isso considero a notícia divulgada recentemente na comunicação social como sendo um escândalo e por isso lhe chamo de "ataque aos bairros sociais".
Na dita “correcção de rendas” apenas têm em consideração o número de filhos e o RENDIMENTO OFICIAL, que todos sabemos ser frequentemente diferente do real, que é de difícil averiguação, senão mesmo impossível, por isso há muito quem considere como injusto o actual sistema de controlo de rendimentos até para efeitos fiscais. É que existem muitas pessoas cujo rendimento é controlável ao cêntimo, mas há muitas outras em que qualquer controlo é impossível. São situações que existem em qualquer sítio e também nos bairros sociais. Além disso, os aumentos das rendas não levam em conta o número de anos que as pessoas habitam o local; a natureza do bairro nem a qualidade das habitações, que é, em geral, bastante sofrível: sem isolamentos eficazes (muito húmidas no inverno e demasiado quentes no verão); nalguns casos nem foram colocados estores, nem portadas nas janelas; nem colocaram portas nos prédios por forma a evitar a entrada de intrusos e vândalos que destroem todo o equipamento dos edifícios, desde campainhas, iluminação, caixas de correio, elevadores (quando os há), canalizações. Chegam a violar o acesso aos telhados sabe-se lá para quê, defecam nas escadas a coberto da noite e da falta de iluminação, enfim... os bairros sociais são um lugar muito pouco aconselhável que já penalizam e bem muitas pessoas honestas, pacatas e trabalhadores que lá habitam, e que são ainda a sua maioria, não lhes conferindo qualidade de vida e estigmatizando-as perante os restantes cidadãos. Muitos dos habitantes dos bairros sociais - aqueles que puderam - fizeram algumas obras de beneficiação para dar aos seus lares um mínimo de condições de habitabilidade e agora nada disso conta...
A aplicação dos aumentos é precedida por vezes de obras de requalificação de fachada, que NÃO CRIAM NEM PODEM CRIAR AS CONDIÇÕES NORMAIS DE UMA HABITAÇÃO COM ALGUMA QUALIDADE, PORQUE: PARA A SUA CONSTRUÇÃO FICAR MAIS BARATA, OS BAIRROS SOCIAIS FORAM FEITOS DE RAIZ COM QUALIDADE INFERIOR. COMO ERAM CASAS DE RENDA SOCIAL, ESSAS RENDAS SERIAM SEMPRE BAIXAS E MUITO INFERIORES ÀS DE MERCADO, por isso os materiais utilizados são da mais baixa qualidade e a qualidade dos projectos também, assim não será de admirar os inumeros problemas referenciados, com infiltrações de água, humidade (de inverno) e o calor insuportável (de verão), etc...
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