Face ao resultado obtido nas eleições europeias, António José Seguro, António Costa e o próprio PS já se aperceberam de que o PS não conseguirá obter uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Sem qualquer partido à direita com o qual possa coligar-se, pois o CDS deverá manter a coligação com o PSD, restará ao PS apenas uma solução: coligar-se ou fazer um acordo governamental com a AP (PSD+CDS), mas essa é a última solução a aplicar porque põe em causa o sistema de ROTATIVIDADE que tem tem gerido este país desde 1975 (vai fazer 40 anos).
Como se tem visto, António José Seguro não é capaz de fazer uma campanha eleitoral agressiva e demagógica (ou populista, se preferirem o termo) que crie expectativas aos eleitores tradicionais do PS e por isso não foi nem será capaz de os motivar para voto no partido. Talvez António Costa sinta que será capaz de fazê-lo e por isso quer avançar para a liderança do PS. É claro que se isso acontecer e o PS conseguir a tal maioria absoluta sózinho, as promessas eleitorais de António Costa ficarão imediatamente esquecidas, continuando o PS com a caminhada iniciada já há cerca de 20 anos pelos sucessivos governos, ora PS, ora PSD, ora PS, ora PSD... (por vezes com a bengala do CDS).
Mas será a maioria das federações que corresponda a uma maioria de militantes do PS que irá decidir se vai haver ou não um congresso extraordinário para que António Costa possa chegar á liderança do PS antes das legislativas, dado que a convocação de um congresso extraordinário ficou “blindado” no último congresso nos estatutos e apenas poderá ser convocado com o apoio das federações acima referidas.
A Ver vamos!
Se estas tivessem sido as eleições parlamentares iríamos ter uma de duas soluções:
- um governo de coligação do Partido Socialista com o MAP (de MarinhoPinto) ou;
- um governo da AP (PSD+CDS) com o MAP (de MarinhoPinto).
Elas serão o mais tardar já em 2015. Esperem porque um ano passa depressa...
Eu fui votar ontem, dia 25 de maio de 2014 e nunca tinha visto tão pouca gente a exercer o seu direito, apesar de já não ser demasiado cedo. Olhei de esguelha para a lista e reparei que a esmagadora maioria dos eleitores não tinha votado. Eu próprio constatei assim a enorme abstenção que se confirmou depois nas contagens dos votos (>63%).
De que serviu a alta taxa de abstenção? será que algumas cadeiras no Parlamento Europeu, destinadas aos eleitos portugueses vão ficar vazias? Senão vão, então serão ocupadas por quem? O que mais gostava era que me explicassem qual o interesse de apelar para a abstenção.
Há quem, por variados motivos, defenda a abstenção. Mais uma vez se prova que isso em nada afeta a legitimidade democratíca dos escrutínios: os lugares disponíveis são todos distribuídos pelos resultados das eleições, quer haja uma abstenção de 10 ou de 70%.
Tivémos recentemente, em 25 de maio de 2014, as eleições europeias de 2014 em que os resultados ainda provisórios (porque faltam os resultados do estrangeiro) foram:
PS: 31,45%
AP=(PSD+CDS): 27,70%
CDU=(PCP+Verdes): 12,69%
MPT (Partido da Terra): 7,15%
BE: 4,56%
Outros Partidos que não elegeram representantes + brancos + nulos: 16,45%
A abstenção ultrapassou nestas eleições os 63%, pelo que na cabeça de alguns portugueses menos instruídos políticamente pensariam, talvez, que isso iria retirar legitimidade ao ato eleitorar, o que é uma autentica burrice. Ora aí têm mais uma vez.
Deixo-vos uma questão: de que serviu não votar como protesto pelo que se passa na política nacional? vão ficar alguns lugares por preencher nos assentos portugueses na UE? A desilusão e o descontentamento não justificam a abstenção, pois há sempre um leque de partidos em quem votar que são contra o poder instituído.
A coligação "Aliança Portugal" do PSD com o CDS tem apenas um único objetivo: o PSD, como maior partido, vai nas 2 próximas eleições suportar a queda previsível do CDS. A atual coligação espera ser punida nos 2 próximos atos eleitorais e o CDS como partido mais pequeno poderia até desaparecer da cena política portuguesa.
Ainda estamos em campanha eleitoral para as eleições europeias, mas elas vão servir de teste para dar uma indicação a todos os partidos sobre a tendência de voto dos portugueses nas seguintes, as legislativas, que serão muito mais importantes para o país.
Nem o PS nem o PSD e o CDS coligados deverão atingir a maioria absoluta em qualquer um dos dois próximos atos eleitorais.
Em virtude da coligação do PSD com o CDS também não será possível ao PS fazer uma coligação apenas com o CDS para apoio a um governo contra a vontade do PSD, pelo que os três partidos PS PSD e CDS deverão acabar por colaborar no apoio a esse governo que mantenha o rumo das políticas atuais: a redução de direitos dos trabalhadores, a redução dos salários e das pensões, a redução dos apoios sociais e o aumento dos impostos sobre o trabalho e o consumo, tudo em nome do aumento do equilíbrio das contas públicas e da competitividade da economia portuguesa. A exceção poderá ser o aparecimento de uma nova força política à qual o PS possa coligar-se e que aceite apoiar as políticas ultra-liberais e de submissão à União Europeia e à Alemanha que este país tem seguido e que o PS continuará a manter.
O PS sempre foi o partido de "alternância democrática" e continuará a sê-lo, por isso não esperem mudanças significativas com o PS no governo (de novo). E já lá vão 40 anos de alternância e de rotativismo.
As promessas dos partidos PS/PSD/CDS que nos governam desde o 25 de abril de 1974 são sempre esquecidas logo que estes ganham as eleições, pois os governos saídos das eleições, com elementos dos partidos vencedores, acabam por fazer o contrário do que nos foi prometido antes do ato eleitoral. Desculpam-se sempre com a situação em que encontraram o país, como se tivessem vindo de um outro planeta e desconhecessem a realidade. E já lá vão 40 anos de embustes.
A nossa Constituição deveria agir automaticamente e considerar o escurtínio nulo por fraude eleitoral dos partidos vencedores, caso apoiassem legislação contrária às suas promessas eleitorais. Novas eleições seriam então marcadas de imediato. As recorrentes burlas eleitorais desacreditam os partidos, os deputados, a democracia e são em grande parte as responsáveis pela abstenção que já ultrapassa os 50%. As burlas acabariam após algumas anulações de atos eleitorais.
Mas alguém acredita que um artigo para moralizar as campanhas eleitorais seja introduzido na nossa Constituição? os partidos que exigem fidelidade partidária dos seus deputados, obrigando-os a ir contra as expectativas de quem neles votou e até contra a sua própria consciência? Não! infelizmente continuaremos a ser enganados sucessiva e impunemente.
A fraude eleitoral está já enraizada na nossa democracia e os partidos para atingirem o poder e aí permanecerem utilizam-na sem qualquer pudor e respeito pelo eleitorado que neles votou. Por isso, os eleitores têm que estar sempre alerta para as falsas promessas que sempre surgem antes dos atos eleitorais; de contrário continuarão a ser enganados. Também não devem apostar em maiorias absolutas que dão "carta branca" e poder absoluto ao vencedor.
É necessário votar, mas a democracia só tem a ganhar com a dispersão do voto porque os governos mais fracos sentem necessidade de cumprir as regras e valorizar o bem comum, principalmente quando há partidos com projetos de governação diferentes que ficaram à beira de vencer as eleições. A corrupção tem mais dificuldade em influenciar estes governos que poderão perder a seguir. É que depois alguns dos seus membros poderão ter que responder em Tribunal por decisões ilícitas que tenham tomado. O crime, a prisão, e a cativação de património poderá não ser de excluir.
Ainda estamos em campanha eleitoral para as eleições europeias, mas elas vão servir para dar uma indicação a todos os partidos sobre a tendência de voto para as seguintes, as legislativas, que serão muito mais importantes. E os resultados deverão dar-nos a indicação de que: nem o PS nem o PSD/CDS coligados terão maioria absoluta, o que só poderá acontecer se se juntarem os três; e irão fazê-lo para que o atual rumo do país seja mantido, continuando com a redução de direitos dos trabalhadores, redução dos salários e das pensões, redução dos apoios sociais e o aumento dos impostos sobre o trabalho e o consumo, tudo em nome do aumento do equilíbrio das contas públicas e da competitividade.
Após as legislativas que chegarão em 2015, os três partidos irão encontrar uma qualquer solução, que poderá passar por uma coligação (ou não), por forma a que tudo se mantenha como está. Uma vez mais, muitos portugueses irão acabar por ficar desiludidos porque lhes falta a coragem para democraticamente abandonarem de vez os partidos tradicionais do chamado "arco do poder" que estão no poder alternadamente há 40 anos com os resultados que todos poderemos constatar.
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