Quarta-feira, 7 de Maio de 2014
Esta é a rua Antão Girão, no centro da baixa da cidade de Setúbal.
Hoje é uma rua pedonal que liga a avenida 5 de outubro ao largo da Misericórdia e era antes uma movimentada rua comercial, onde se podia adquirir uma grande variedade de bens de consumo, mas hoje está assim conforme mostra a fotografia, com a maioria das lojas fechadas, onde proliferam os graffities, em geral de mau gosto. É o resultado não só da deslocalização dos clientes para os vários centros comerciais construídos na cidade, que oferecem estacionamento fácil e gratuito aos seus clientes e visitantes; mas também da profunda crise que se vive neste país.
É só mais um exemplo da morte lenta que está a atingir o nosso comércio tradicional e que poderá ser visto noutras ruas daquela cidade e noutras cidades, onde posso incluir algumas ruas de Lisboa.
De P a 8 de Maio de 2014 às 09:48
É compreensível o facto das pessoas preferirem outros pontos de venda, além da mais fácil acessibilidade temos de considerar a tradicional (?) má educação da generalidade do comerciante português (*) - UNTUOSOS com quem parece de classe social superior e DESDENHOSOS com quem parece ter menos meios económicos ou então simplesmente mal educados com toda a gente que não conhece - um cliente é, em princípio, um inimigo (parece ser o mote de muitos). Compro quase exclusivamente em grandes superfícies onde o contacto com caixeiras desdenhosas e comerciantes agressivos seja o mínimo possível. Nestas lojas tradicionais ( e nas dos centros comerciais também) caixeiras e comerciantes variam entre importunar as pessoas na tentativa de IMPINGIR artigos e PRESSIONAR para a compra ou então primar pela INDIFERENÇA OLÍMPICA. PARA MIM ir às compras é quase sinónimo de IRRITAÇÃO devido aos factores acima descritos pelo que prefiro grandes superfícies onde o contacto humano é mínimo. Enfim, tenho pena que ruas deste tipo tenham este fim mas dispenso-as pois poderia desfiar aqui um vasto rol de descrições de como pode ser irritante o desejo de transferir verba do meu bolso para o bolso de um comerciante português em troca de um qualquer produto. Muitas vezes fico com a sensação de ser invejado pelo facto de possuir uma qualquer quantia ou o comerciante achar que eu DEVERIA gastar mais do que gastei. Pelo menos a julgar pelo tom do obrigado ( quando o há). Neste particular, o de insultar dando determinada inflexão de voz a um cumprimento, é o comerciante português merecedor de um prémio Nobel.
(*) Diziam um na TV que, " é díficil tratar bem o cliente na actual situação " - ou seja, como vende pouco anda mal disposto e custa-lhe .
Nota - dizia uma prima de minha mulher quando nos queixámos do antendimento dos comerciantes na nova cidade para onde fomos viver : " EM PORTUGAL É MESMO ASSIM ". Vá lá, sendo a dita prima senhora de cabedais e muita elegância, não deverá ser por mor do nosso ar simplório (**)
(**) amiga descrevendo ida a uma óptica e o conselho da caixeira : " para o seu ar SIMPLÓRIO este modelo fica-lhe bem ".
Cereja em cima do bolo - Meu sogro, engenheiro silvicultor, foi abordado por um vendedor de time sharing (ou coisa que o valha) e durante o inquérito o dito vendedor ao chegar à parte em que perguntava as habilitações literárias acrescentou, vindo sabe-se lá de que profundezas intelectuais que, " não devem ser muitas pois não? "
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