Quando as eleições se aproximam há sempre muita gente que não sabe em quem votar e já chegaram a pedir-me conselho, mas, evito sempre responder à pergunta.
Ora bolas, se alguém perguntar a um dos adeptos incondicionais ou "boys" do PS, ele dir-lhe-á, obviamente, vote no PS; mas se perguntar a um do PSD, dir-lhe-á, obviamente, vote no PSD; e por aí adiante... Mas Porra, será que os portugueses têm que ser comandados? Então não sabem pensar pela sua própria cabeça e decidir? Que votem num, noutro, noutro e noutro até acertarem. Mas não repitam é o erro por mais de uma vez (estou a ser sensato). É normal que quem está fora do poder pretenda dar a impressão de que vai governar com justiça, honestidade e corrigir os erros que o seu partido cometeu no passado quando esteve no "poleiro". Depois, é frequente que rapidamente se esqueça das promessas e acabe por desiludir a maioria dos eleitores que votaram e que até já tinham votado antes nesse partido político.
Diz o ditado e muito bem: "À primeira qualquer um erra; à segunda erra quem quer; e à terceira erra quem é parvo!
Não aconselho nenhum partido para votar, mas, para um bom entendedor, creio ter dito em quem não se deve votar.
Ficar em casa é que não serve de nada e vou exemplificar com a eleição do atual PR Cavaco Silva que ganhou as últimas eleições com uma maioria absoluta de apenas com 22,3% (*) dos votos do universo eleitoral português. É que a maioria dos eleitores nem votou, o que em nada belisca a legitimidade do ato eleitoral. Vá! pensem e decidam bem quando forem chamados a votar de novo.
(*) Ora vamos lá fazer as contas:
Universo de potenciais eleitores: 9.656.797 (100,00%)
Votos em Cavaco e Silva: 2.231.603 (22,98%)
Votos nos restantes candidatos: 1.982.829 (20,42%)
Votos em branco: 191.284 (1,97%)
Votos nulos: 86.581 (0,89%)
Abstenção: 5.164.500 (53,19%)
Eu fui votar ontem, dia 25 de maio de 2014 e nunca tinha visto tão pouca gente a exercer o seu direito, apesar de já não ser demasiado cedo. Olhei de esguelha para a lista e reparei que a esmagadora maioria dos eleitores não tinha votado. Eu próprio constatei assim a enorme abstenção que se confirmou depois nas contagens dos votos (>63%).
De que serviu a alta taxa de abstenção? será que algumas cadeiras no Parlamento Europeu, destinadas aos eleitos portugueses vão ficar vazias? Senão vão, então serão ocupadas por quem? O que mais gostava era que me explicassem qual o interesse de apelar para a abstenção.
Há quem, por variados motivos, defenda a abstenção. Mais uma vez se prova que isso em nada afeta a legitimidade democratíca dos escrutínios: os lugares disponíveis são todos distribuídos pelos resultados das eleições, quer haja uma abstenção de 10 ou de 70%.
Tivémos recentemente, em 25 de maio de 2014, as eleições europeias de 2014 em que os resultados ainda provisórios (porque faltam os resultados do estrangeiro) foram:
PS: 31,45%
AP=(PSD+CDS): 27,70%
CDU=(PCP+Verdes): 12,69%
MPT (Partido da Terra): 7,15%
BE: 4,56%
Outros Partidos que não elegeram representantes + brancos + nulos: 16,45%
A abstenção ultrapassou nestas eleições os 63%, pelo que na cabeça de alguns portugueses menos instruídos políticamente pensariam, talvez, que isso iria retirar legitimidade ao ato eleitorar, o que é uma autentica burrice. Ora aí têm mais uma vez.
Deixo-vos uma questão: de que serviu não votar como protesto pelo que se passa na política nacional? vão ficar alguns lugares por preencher nos assentos portugueses na UE? A desilusão e o descontentamento não justificam a abstenção, pois há sempre um leque de partidos em quem votar que são contra o poder instituído.
Ainda há muito boa gente, bem intencionada, que defende a abstenção. Pois, pela experiência de décadas, sabemos qual é o resultado das grandes abstenções que temos tido. Por exemplo, o atual Presidente da República recolheu em 2011 apenas 22,98% dos votos do universo de potenciais votantes?
Ora vamos lá fazer as contas:
Universo de potenciais eleitores: 9.656.797 (100,00%)
Votos em Cavaco e Silva: 2.231.603 (22,98%)
Votos nos restantes candidatos: 1.982.829 (20,42%)
Votos em branco: 191.284 (1,97%)
Votos nulos: 86.581 (0,89%)
Abstenção: 5.164.500 (53,19%)
A escolha de votar (ou não) é obviamente sua, seja nas eleições presidênciais, nas europeias, nas legislativas ou nas autáquicas!
OBS. A percentagem total dos votantes mais os abstencionistas tem que somar 100%, como é matematicamente óbvio. Mas se somarmos as percentagens que aqui coloquei dá apenas 99,45%. o motivo deve-se ao facto de ter desprezado os valores para além das 2 casas decimais. Talvez tenha exagerado nesta explicação que entendi dar porque há pessoas mais fracas em contas, ainda que simples e que se aprendiam até na antiga 4.ª classe.
Universo de potenciais eleitores: 9.656.797 | (100,00%) |
Votos em Cavaco e Silva: 2.231.603 | (22,98%) |
Votos nos restantes candidatos: 1.982.829 | (20,42%) |
Votos em branco: 191.284 | (1,97%) |
Votos nulos: 86.581 | (0,89%) |
Abstenção: 5.164.500 | (53,19%) |
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