Terça-feira, 8 de Novembro de 2016

A ASCENSÃO DAS MÁQUINAS

É hoje notícia no sapo.

 

As pessoas que temem a "ascensão das máquinas" têm razão porque a pouco e pouco as máquinas vão ocupando lugares que são ocupados pelos humanos em todo o lado (nas fábricas, nos escritórios, nos serviços, enfim em todo o lado). Isso já está a acontecer e em breve o homem fica apenas com uma função de supervisão das máquinas. Depois serão as próprias máquinas que os substituirão aí também. Assim sendo, a ideia já lançada de criar impostos (ou taxas) sobre as máquinas não é tão insensata como poderá parecer a alguns. Essa é a única maneira de fazer os seus detentores pagar alguns impostos (ou taxas) que devem reverter para o bem-estar dos humanos que estão a ficar sem ocupação e sem rendimento. Essa "taxa" tecnológica terá que ser acordada pelos países que dominam os destinos do mundo para que uns países não fiquem em desvantagem relativamente aos que não as queiram aplicar. Os produtos produzidos em países que não queiram aderir devem ser punidos com taxas aduaneiras à entrada nos restantes países.

 

Num futuro não muito longínquo o mundo terá uma imensa capacidade produtiva ao mesmo tempo que terá uma menor quantidade de gente com poder económico para adquirir ou usufruir dos bens produzidos simplesmente porque não tem emprego e por isso não tem rendimento. No final esta sociedade acabará por sucumbir porque sem vendas as empresas terão que suspender as suas produções e acabarão por entrar em falência. Vai passar-se com o avanço da tecnologia algo semelhante ao que se está a passar com a "globalização selvagem", em que países com um bom nível de vida da sua população ficaram de um momento para outro em competição com países cujos trabalhadores têm salários de 1 euro por dia (sem direitos sociais). Estamos a caminho da miséria e do caos!

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 18:32
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Sábado, 24 de Janeiro de 2015

As eleições na Grécia são amanhã dia 25 de janeiro de 2015.

E se o Syriza ganhar as eleições na Grécia? que implicações terá na UE? À última hora o BCE procurou acalmar a UE e indiretamente os gregos, anunciando planos de solidariedade económica entre os vários Estados, que não são suficientes para dar esperança nem a gregos nem a ninguém, de que isso vai trazer um futuro diferente; apenas se dirige a Estados que cumpram a austeridade e a bancos que até esbanjaram despudoradamente muito dinheiro em investimentos de alto risco e que não sucumbiram completamente apenas porque foram intervencionados perante a sua ruína eminente. Mesmo assim, há ainda muitos casos por resolver, como no caso português da falência do BES, evitada pela divisão entre "Banco Bom" e "Banco Mau", uma solução obviamente ilegal tomada para evitar a contaminação a outros bancos, mas a "batata quente" ficará na mão do Estado Português quando o "Banco Bom" for vendido.

Noutros países houve soluções também inovadoras e nada abonatórias para a fiscalização bancária, como em Chipe e na Irlanda, onde muitos depositantes e investidores perderam muito dinheiro.

A eventual saída da Grécia do Euro vai provar que as receitas aplicadas de austeridade desenfreada não são solução para nada. E que acontecerá se BCE e FMI se recusarem a negociar a dívida com o novo governo? não haverá mais financiamento, mas a dívida também não poderá ser paga!

Há mudanças a fazer para corrigir os efeitos da infeliz globalização selvagem; do liberalismo sem ética nem regras; da não limitação da circulação de grandes volumes de capital para zonas livres de impostos, acampanhada por uma conivente desregulamentação bancária; da desindustrialização (e não só) do ocidente, transferindo a capacidade produtiva para os países do 3.º mundo; da aceitação em massa de imigrantes de qualquer parte do mundo para fazer concorrência aos assalariados da UE, fazendo aumentar o desemprego, reduzindo salários e direitos sociais; mudança que se reflete depois na descaracterização da UE por ter incluído populações com culturas muito diversas sem que fossem cultural e socialmente integradas, provocando um mal-estar social geral que leva a conflitos e até ao terrorismo interno; menor poder de aquisição e o definhar das economias ocidentais; outros desvarios inventados pelo capitalismo após a queda do muro de Berlim que só servem as grandes companhias e para os países do extremo oriente, para onde se deslocou já o centro económico mundial sem que isso se reflita sequer numa maior justiça social nesses locais.

Mas agora já é tarde, muito tarde para recuar em muitos aspetos, será que alguma coisa poderá ser ainda corrigida para que não se dê o total desmoronamento da UE e a Europa entre num caos previsível?

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 04:27
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Sábado, 5 de Abril de 2014

A Saúde cada vez mais longe dos portugueses

Hoje vou falar num assunto já muito conhecido que não será demais lembrar:

 

Apesar de se pagarem altas taxas para se ser atendido no Serviço Nacional de Saúde, os portugueses estão a ter cada vez maiores dificuldades em aceder a uma simples consulta no seu Centro de Saúde e nos Hospitais. Quando necessitam de um tratamento mais urgente, como por exemplo, tratar de uma gripe, são forçados, por vezes, a arrastar-se penosamente a altas horas da noite (4/5 horas da madrugada) para se postarem numa fila, na rua, ao relento, cheios de frio, por vezes com febre até, esperando a abertura do Centro de Saúde que abre em geral as portas às 8h00 para poderem ser atendidos. Mas em muitos casos acabam por regressar a casa sem atendimento porque os médicos só atendem um determinado número de doentes, para evitar, talvez, o pagamento de horas extraordinárias. O tempo de espera por uma consulta de urgência nos hospitais atinge dezenas de horas e programam-se consultas com anos de antecedência em que os doentes chegam a ser chamados depois de terem morrido. Alguns morrem nas imediações dos hospitais depois de serem atendidos e mandados embora para casa. Há quem não resista à falta de resposta do SNS e chegue ao extremo de se suicidar.

 

Como muitos Centros de Saúde têm fechado, os mais próximos ficam frequentemente mais mais longe, aumentando a dificuldade de muitos doentes serem atendidos. O problema é ainda maior se considerarmos as aldeias e as vila da província, onde os doentes não têm possibilidade de se deslocar ao Centro de Saúde a não ser que tenham algum familiar ou amigo que os leve. Nos tempos de hoje, as famílias já não vivem perto, como acontecia antigamente. Muitas tiveram que emigrar para sobreviver, dada a escassez de empregos disponíveis e a baixa remuneração em Portugal ser insuficiente para fazer face ao elevado custo de vida, que, em muitos casos, é superior até ao dos países mais ricos da UE. 

 

Uma simples ida a uma consulta é por vezes complicado, pois os Centros de Saúde e Hospitais onde se situam não são convenientemente servidos por transportes coletivos; ou são-no a horas que já não dá para se ser atendido; ou se tem que ir muito cedo; ou a viagem fica muito cara. Há casos relatados em que os doentes vão ao hospital na véspera e dormem em salas de espera para lá poderem estar a horas no dia seguinte e também porque não têm dinheiro para pagar uma dormida fora de casa.

 

Já há quem recuse o transplante renal que aguarda há muito tempo porque fica depois obrigado a deslocações regulares ao hospital e terá que as pagar pois o transporte gratuito de que beneficiava quando estava a fazer hemodiálise é-lhe retirado e o hospital fica por vezes a mais de cem de kilómetros de distância. Muitos desses doentes ficam sem meios económicos e preferem continuar com a hemodiálise.  

 

Dada a alta qualidade dos serviços de saúde em Portugal, está a promover-se agora o turismo de saúde para estrangeiros ricos virem cá tratar-se, pois os portugueses não têm capacidade económica para pagar a medicina privada e muito menos as intervenções cirúrgicas de que por vezes necessitam e pelas quais têm que esperar durante muito tempo, nalguns casos perdendo-se a sua eficácia por não terem sido realizadas a tempo.

 

Finalmente: os políticos portugueses ainda têm o descaramento de anunciar aumentos de "esperança de vida", como se não soubessem que as estatísticas se referem sempre ao passado. O que se passa agora virá nas estatísticas futuras se entretanto não decidirem alterar os parâmetros para o seu cálculo.

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 11:49
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Sexta-feira, 7 de Setembro de 2012

Porque abandonou o ocidente as suas políticas sociais e humanistas

A chamado socialismo da URSS foi adulterado quando Estaline que criou um sistema semelhante ao fascismo com a diferença da iniciativa privada ter sido banida na nova sociedade. Mas a iniciativa privada é útil e um bem desde que funcione com regras éticas. A ambição não é um mal desde que cumpra essas regras. É dever do Estado criá-las e fiscalizar o seu cumprimento, promover a concorrência leal e evitar a criação de cartéis. Na verdade, sem ambição não há iniciativa, nem criatividade, nem inovação nem desenvolvimento. O Estado não tem que ajudar a banca, mas tem a obrigação de a fiscalizar para que não haja os excessos que têm existido nos últimos anos, de modo a salvaguardar os depósitos bancários dos clientes em vez do interesse dos banqueiros.

 

A URSS e os outros países de leste sucumbiram, porque retiraram a ambição e o sonho ao seu povo. Lembro o nosso poeta António Gedeão: "Quando o Homem Sonha o Mundo Pula e Avança Como Bola Colorida entre as Mãos de uma Criança". 

 

Os países ocidentais do centro e norte da Europa estiveram muito perto de atingir um sistema social correto quanto ainda existia o muro de Berlim, por receio de que as idéias socialistas iniciais os pudessem contaminar. Passado o risco, os países do ocidente inverteram o rumo e aderiram ao liberalismo e globalização selvagens que os há de destruir.

 

A escravatura também impõe o trabalho aos mais fracos que nunca passarão de meras máquinas de trabalho sem iniciativa nem criatividade. Rumo a uma nova escravatura vão agora os cidadãos ocidentais, sem ambição nem sonho, nem perspetivas de um futuro melhor, por isso o seu destino já está traçado!  

  

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 18:20
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Segunda-feira, 16 de Julho de 2012

A Crise económica atinge mais duramente a Espanha

A Espanha e os espanhóis começaram agora a sentir mais duramente a crise provocada pela queda económica do ocidente, por via da globalização selvagem que o ocidente abraçou; quem se seguirá? a Itália? e depois? uma a uma as economias da UE estão a ruir tal qual um dominó. As economias mais fracas serão as primeiras a sofrer mas as mais fortes acabarão também por sucumbir; e tudo se passará mais depressa do que muitos esperam.

 

Quanto ao nós, portugueses, somos um povo velho, triste, dócil, desiludido, fracamente mobilizável (60% dos eleitores nem vota), individualista, apelidado injustamente de pouco dado ao trabalho (ver abaixo *), que não reage às agressões de que já foi e continua a ser vítima; nem o facto da classe política do arco do poder que nos tem governado praticamente desde o 25 de abril se ter mostrado incompetente e que haja fortes “indícios” de corrupção generalizada tem motivado o nosso povo para um verdadeiro protesto. Um povo que sempre desculpa os corruptos com a justificação de que "são todos iguais quando chegam ao poleiro". A corrupção continuada e impune antecipou alguns anos a crise económica. Pelo nosso código civil é muito díficil conseguir qualquer prova válida em Tribunal e quando gente poderosa está envolvida todos os recursos são utilizados para imobilizar o sistema, por isso apenas têm sido condenadas algumas poucas dessas pessoas e apenas por corrupção passiva, as quais nunca chegam a cumprir a pena sentenciada porque os seus recursos vão subindo de instância em instância até à prescrição final; é que a justiça portuguesa é bem lentinha e estes casos demoram dezenas de anos a apreciar e a resolver e entretanto prescrevem e pronto "acabou-se o crime". Aconselho a que vejam vídeo no Youtube com o debate sobre a Corrupção do ex-ministro Medina Carreira e Paulo Morais apresentedo na SIC já há algum tempo. O bom povo português tudo suporta e a crescente criminalidade comum mais violenta que começa a verificar-se em Portugal é geralmente praticada por estrangeiros que por cá circulam e não por nacionais.

 

Apenas algumas manifestações exporádicas e greves simbólicas inconsequentes para o rumo da política geral do país têm acontecido por cá, organizadas pelos grupos profissionais mais qualificados, mais esclarecidos e com maior poder económico relativamente aos restantes assalariados. Quanto às estatísticas do desemprego em Portugal, elas não são fiáveis porque excluem muitos verdadeiros desempregados e não seria de admirar que fosse o dobro do índice oficial com a agravante da segurança social ser apenas simbólica no apoio ao desemprego. Foi também drásticamente reduzido o apoio à natalidade, infância, educação, saúde (ou na falta dela) e velhice. Tudo nos tem sido retirado a pouco e pouco; Agora vêm os sucessivos aumentos dos bens essênciais, como a eletricidade, a água, o gás, transportes e de todos os impostos e taxas. Quem tiver um património no valor de 20 mil euros já não terá direito a qualquer ajuda do RSI (rendimento mínimo) e terá que vender a "barraca" e ir viver para debaixo da ponte para não morrer à fome...O povo português tudo suporta, talvez pela sua tradição fatalista que o leva ao fado ao som da viola e da guitarra.

 

O caos social deverá começar na nossa vizinha Espanha e chegar-nos cá depois por contágio devido à sua proximidade. É que os espanhóis não irão suportar os sacrifícios que os portugueses já hoje conformadamente suportam.

 

 (*) Lembro que Portugal tem muitos dos seus cidadãos no estrangeiro e que muitos continuam a tentar a sua sorte fora do país, onde são considerados competentes, honestos e trabalhadores. Não se pode é esperar que um ser humano trabalhe alegremente por um vencimento que nem dá para pagar a renda de casa. Em Portugal os salários são baixos mas não o custo de vida... Finalmente uma boa notícia: O Canadá parece estar disposto a aceitar trabalhadores portugueses para a construção civil. Agora quem quizér e estiver em condições de ser aceite corra logo à Embaixada do Canadá para tentar a sua sorte.

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 21:30
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Sexta-feira, 23 de Dezembro de 2011

Iraque em fogo

Os EUA atacaram o Iraque a pretexto de uma mentira deliberada (de que tinha armas de destruição massiva), prederam o seu chefe máximo (o Presidente Sadam Hussein) e entregaram-no ao seu inimigo fígadal para que o "julgasse" e o resultado foi o que se esperava: o seu assassinato depois de um pseudo julgamento em tribunal. O verdadeiro objetivo foi o de se apoderarem do petróleo iraquiano que, depois da primeira guerra do iraque, estava a ser vendido preferencialmente à Rússia, à França (e algum à GALP).

Sadam Hussein tinha o país sob o seu controlo e viviam em paz e prosperidade. Alguns portugueses aproveitaram e foram nessa altura trabalhar para lá por bons salários que conseguiam na construção dos palácios de Sadam e de outras obras.

 

O exército americano acabou agora de sair do Iraque, cumprindo uma promessa de Obama, e em breve, O IRAQUE IRÁ FICAR A FERRO E FOGO NUMA GUERRA CIVIL INCONTROLÁVEL. É só esperar! 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 12:13
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Segunda-feira, 14 de Março de 2011

"Geração Rasca" ou "Geração à rasca"

Há quem chame a atual geração de jovens que têm hoje entre 25/35 anos a geração de "RASCA"; mais recentemente surgiu o termo "À RASCA".  Concordo mais com o segundo termo e acrescento mesmo que a atual geração está À RASCA porque a anterior - a dos seus pais, agora com cerca de 45/55 anos -, foi uma geração RASCA, porque deixou aos seus filhos esta pesada herança, porque não soube em devido tempo livrar-se dos políticos também RASCAS a quem confiou os destinos do país, os quais destruiram tudo o que tinha sido construído durante décadas, eis o resultado:

- Os políticos RASCAS venderam ao desbarato Empresas Públicas que dão hoje muitos milhões de lucros para meia dúzia de acionistas;

- Privatizaram serviços públicos para que também lucrem com eles à nossa custa, serviços que até durante o anterior regime eram prestados pelo Estado;

- A indústria foi votada ao abandono (veio a AUTOEUROPA que quando sair de Portugal deixa este país na miséria);

- As nossas pescas foram reduzidas;

- Tal como a nossa agricultura;

- Ficámos com um ensino básico pouco exigente, porque é só para satisfazer estatísticas e para retirar os jovens do mercado de trabalho;

- Deixaram ao afundar do país na criminalidade mais ou menos violenta se penas exemplares para os poucos que são capturados, julgados e condenados;

- Os serviços públicos que restaram continuam a degradar-se, incluindo os cuidados saúde sem alternativas, dado os fracos recursos económicos dos portugueses;

- O direito a uma reforma justa ao fim de uma vida inteira de trabalho (e de descontos) é cada vez mais uma miragem, pois aumentaram a idade das reformas, mesmo com prejuízo do acesso dos jovens aos poucos empregos que ficariam disponíveis;

- A distribuição de riqueza é cada vez mais desequilibrada e injusta;

- O aumento das qualificações dos jovens em nada os beneficia, ao contrário do que sempre lhes foi dito. Os jovens e os seus pais sacrificaram-se para lhes dar uma maior instrução para nada. Foram enganados;

- A justiça cada vez mais cara, morosa e uma mirangem. Muitas pessoas já nem apresentam queixa em Tribunal por prejuízos porque não acreditam na Justiça. Isso também é mau para quem predente investir em Portugal, porque se algo correr mal não mais vê os problemas resolvidos;

- Construiram muitas autoestradas com dinheiros que nos foram entregues pela União Europeia mas criaram portagens insuportáveis e as estradas nacionais ficam cada vez mais cheias com veículos que deveriam aproveitar as autoestradas.

- Enquanto os portugueses se afundam só faltam construir o TGV e um novo aeroporto com dinheiros públicos e da UE, para lucro das Empresas privadas que os irão explorar, com a garantia de lucro acordado, dada pelo Estado português, que as compensará em caso de falha. Por mim, poderiam fazer todas essas obras e muitas mais, desde fossem por conta e risco das Empresas que vão beneficiar dos lucros (se os houver).

 

E quando os pais dos jovens à rasca morrerem, em que situação ficarão estes jovens? será que vão herdar as reformas recusadas aos seus pais? ou entrará finalmente tudo no caos?

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 15:10
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Quinta-feira, 30 de Setembro de 2010

Crise: défice, desemprego, greves na Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal, etc...

A Globalização, tal como foi concebida, vai determinar o fim da prosperidade do ocidente que passará para segundo plano e será ultrapassado pelas as novas superpotências que esta "globalização selvagem" ajudou a criar: a China, a Índia... O Ocidente caiu na armadilha da globalização que interessava às grandes Companhias que pretendiam aproveitar-se dos baixos custos de produção no oriente. Todos nós sabemos que o custo da mão de obra é insignificante no valor dos bens produzidos nos países emergentes do oriente em virtude dos baixos salários e da inexistência de quaisquer obrigações sociais. Como os bens produzidos nesses países se destinam sobretudo à exportação para ocidente; quando a população do ocidente perde poder de compra, a crise acaba por atingir também as novas potências. Mas a crise nesses países é e será sempre um menor crescimento económico: há poucos anos era de dois dígitos e agora deverá ficar-se por 6 ou 7%, e a isso não se poderá chamar “crise”. A crise atinge o ocidente e quando passar o centro económico do mundo estará a oriente, pois terá chegado o fim dos anos de ouro do ocidente. Os EUA serão também ultrapassados. Ao aderirem ao desafio da "globalização selvagem", os países ocidentais ajudaram à mudança porque não exigiram aos países do oriente que prestassem às suas populações melhores condições sociais, tais como: criar regras laborais justas, melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na doença e na velhice para poderem aceder livremente aos mercados do ocidente. Não! o ocidente optou simplesmente por abrir as portas à importação sem condições, criando assim uma "concorrência desleal e selvagem” da qual sairá sempre a perder. Restarão às unidades de produção ocidentais três alternativas: 1ª) Mudam-se para oriente; 2ª) Fecham portas antes da falência para salvaguardar o interesse dos seus accionistas; 3ª) Nada fazem e não resistem à concorrência que lhes foi imposta e vão à falência. A única alternativa para o problema seria a de nivelar os salários e demais condições laborais pelo oriente. E não será a isso que estamos a assistir neste momento? Nalguns desses países existe mesmo escravatura no significado literal da palavra; e trabalho infantil (não de jovens de 14,15 anos mas de crianças de 6,7 anos). Assim, o ocidente e a UE ditou a sua própria “sentença de morte económica” quando abriu portas ao comércio livre: enquanto algumas empresas não resistem à concorrência e fecham as portas para sempre, outras irão deslocar-se para a China ou Índia para assegurar a sua própria sobrevivência o que provocará o desemprego e o definhar da economia ocidental. E os trabalhadores? será que depois do razoável nível social que atingiram no ocidente vão aceitar trabalhar a troco de um ou dois quilos de arroz por dia sem direito a descanso semanal, sem férias, sem reforma na velhice, etc...? Não! por isso o ocidente está já a iniciar um penoso caminhar em direcção ao caos: a indigência e o crime mais ou menos violentos irão crescer e atingir níveis inimagináveis apenas vistos em filmes de ficção que nos põem à beira do fim dos tempos como consta nos escritos bíblicos. Os Estados irão a pouco e pouco isentar as empresas dos custos da Segurança Social como incentivo à sua não deslocalização. A Segurança Social será cada vez mais suportada apenas pelos próprios trabalhadores e não poderá em breve suportar o esforço de minimizar os problemas que irão crescer sempre. A época áurea do ocidente já é coisa do passado e em breve encher-se-á de grupos de marginais desesperados sobrevivendo à custa de burlas e do saque. Iremos regredir no tempo cem anos, a actual classe média desaparecerá e existirão apenas uns poucos muito ricos e os pobres: os muito ricos habitarão autênticas fortalezas protegidas por todo o tipo de protecções e apenas sairão rodeados por guarda-costas dispostos a matar ou a morrer pelo seu “senhor”; haverá, em simultâneo, uma enorme mole de gente desesperada de mendigos e de salteadores que lutam pela sobrevivência a todo o custo e cuja protecção apenas poderá ser conseguida aderindo aos grupos/bandos que dominarão as ruas, ficando as polícias confinadas aos seus espaços próprios e reservadas para reprimir as “explosões” sociais que possam surgir, talvez por isso se estão a preparar as polícias com melhores meios de combate anti-motim. Os militares acabarão por ser chamados a auxiliar também nestas funções. PS e PSD são os dois fiéis representantes em Portugal desta globalização, por isso não podem enjeitar os resultados que estão a surgir.
publicado por Zé da Burra o Alentejano às 10:27
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