Quarta-feira, 18 de Maio de 2011

Globalização

A "Globalização", tal como foi concebida, vai determinar a derrocada económica do ocidente que passará para segundo plano e será ultrapassado pelas as novas superpotências que a globalização ajudou a criar: a China, a Índia e outros países. O Ocidente caiu na armadilha da globalização que interessava às grandes Companhias que pretendiam aproveitar-se dos baixos custos de produção no oriente. Todos sabem que o custo da mão de obra é insignificante no valor dos bens aí produzidos, em virtude dos baixos salários e da inexistência de quaisquer obrigações sociais. Os países ocidentais perderam a aposta quando aceitaram a "globalização selvagem" sem exigirem aos países do oriente que prestassem às suas populações melhores condições sociais, como: regras laborais justas, melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na saúde e na velhice. A única alternativa será a de nivelar os salários e as condições sociais no ocidente pelas do oriente e é a isso que estamos a assistir neste momento, enquanto algumas empresas não resistem à concorrência e fecham as portas para sempre, outras estão a deslocar-se para oriente para assegurar a sua própria sobrevivência, o que provocará o desemprego e o definhar da economia ocidental em favor do Oriente. Quanto aos trabalhadores, será que vão aceitar trabalhar a troco de um ou dois quilos de arroz por dia sem direito a descanso semanal, sem férias, sem reforma na velhice, etc...? Não! por isso o ocidente está já a iniciar um penoso caminhar em direcção ao caos: a indigência e o crime mais ou menos violentos irão crescer e atingir níveis inimagináveis apenas vistos em filmes de ficção que nos põem à beira do fim dos tempos como consta nos escritos bíblicos. Para icentivar a não deslocalização de empresas estão a ser-lhes dadas facilidades fiscais e de isenção de contribuições para a Segurança Social, a qual será cada vez mais paga apenas pelos assalariados e pelos pequenos comerciantes e industriais sem dimensão para se deslocalizarem. Tal não ser suficiente nem para evitar as deslocalizações nem para financiar a SS com necessidades acrescidas apesar das reduções das prestações aos necessitados. A democracia só é viável se existir uma classe média; sem ela como esperam os políticos manter-se no poder? Como vão convencer os trabalhadores escravizados a votar neles? Será com o apoio de criminosos e outros marginais? Será que vão conseguir enganar a maioria dos trabalhadores e convencê-los de que a miséria é bom pra eles?
Finalmente, quando tudo estabilizar o centro do mundo económico serão as novas economias do oriente e a época áurea do ocidente pertencerá ao passado.
O terceiro mundo será então aqui, e, em breve, as ruas encher-se-ão de grupos de salteadores desesperados, sobrevivendo à custa do saque. Com o declínio da classe média, haverá os ricos (alguns à custa do crime violento e/ou económico), que habitarão autênticas fortalezas protegidas por todo o tipo de protecções e que apenas sairão rodeados por guarda-costas dispostos a matar ou a morrer pelo seu “senhor”; e os pobres, uma enorme mole de gente desocupada de mendigos e de salteadores lutando pela sobrevivência a todo o custo e cuja protecção apenas poderá ser conseguida agrupando-se, pois as ruas serão dominadas pelos marginais, ficando as polícias confinadas aos seus espaços próprios e reservadas para reprimir as “explosões” sociais que possam surgir.
PS e PSD são os dois fiéis representantes em Portugal desta política. de "Globalização", por isso não podem enjeitar os resultados que estão a surgir. Os políticos desonestos, para justificarem o corte de regalias sociais, continuarão a lamentar a redução da "Natalidade", num discurso perveso que não relaciona o desemprego como futuro mais que provável das novas gerações, até porque a intervenção humana será cada vez menos necessária à produção, face às novas tecnologias. E não havendo uma melhor repartição da riqueza, não há a possibilidade de grande aumento em ocupações alternativas, em áreas de lazer, por exemplo.
publicado por Zé da Burra o Alentejano às 16:14
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Terça-feira, 22 de Março de 2011

Os Deolinda - "Que parva sou"

"Que parvo/a sou eu" é uma frase muito bem aplicada para quem acreditou ser a obtenção de um curso superior a solução para um dia poder aceder a um futuro melhor; pelo menos foi isso que todos lhe disseram. Foi para isso que estudaram e se privaram muitas vezes de sair com os amigos e ficaram a estudar; foi para isso que os seus pais se esforçaram, pagando livros, propinas e todas as restantes despesas do seu filho ou filha, incluindo em muitos casos até a sua deslocação para local diferente da sua habitação, o que acarreta despesas suplementares que muitos pais suportaram com muita dificuldade. Foram enganados, foram todos enganados "Que parvos foram".

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 12:27
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Segunda-feira, 14 de Março de 2011

"Geração Rasca" ou "Geração à rasca"

Há quem chame a atual geração de jovens que têm hoje entre 25/35 anos a geração de "RASCA"; mais recentemente surgiu o termo "À RASCA".  Concordo mais com o segundo termo e acrescento mesmo que a atual geração está À RASCA porque a anterior - a dos seus pais, agora com cerca de 45/55 anos -, foi uma geração RASCA, porque deixou aos seus filhos esta pesada herança, porque não soube em devido tempo livrar-se dos políticos também RASCAS a quem confiou os destinos do país, os quais destruiram tudo o que tinha sido construído durante décadas, eis o resultado:

- Os políticos RASCAS venderam ao desbarato Empresas Públicas que dão hoje muitos milhões de lucros para meia dúzia de acionistas;

- Privatizaram serviços públicos para que também lucrem com eles à nossa custa, serviços que até durante o anterior regime eram prestados pelo Estado;

- A indústria foi votada ao abandono (veio a AUTOEUROPA que quando sair de Portugal deixa este país na miséria);

- As nossas pescas foram reduzidas;

- Tal como a nossa agricultura;

- Ficámos com um ensino básico pouco exigente, porque é só para satisfazer estatísticas e para retirar os jovens do mercado de trabalho;

- Deixaram ao afundar do país na criminalidade mais ou menos violenta se penas exemplares para os poucos que são capturados, julgados e condenados;

- Os serviços públicos que restaram continuam a degradar-se, incluindo os cuidados saúde sem alternativas, dado os fracos recursos económicos dos portugueses;

- O direito a uma reforma justa ao fim de uma vida inteira de trabalho (e de descontos) é cada vez mais uma miragem, pois aumentaram a idade das reformas, mesmo com prejuízo do acesso dos jovens aos poucos empregos que ficariam disponíveis;

- A distribuição de riqueza é cada vez mais desequilibrada e injusta;

- O aumento das qualificações dos jovens em nada os beneficia, ao contrário do que sempre lhes foi dito. Os jovens e os seus pais sacrificaram-se para lhes dar uma maior instrução para nada. Foram enganados;

- A justiça cada vez mais cara, morosa e uma mirangem. Muitas pessoas já nem apresentam queixa em Tribunal por prejuízos porque não acreditam na Justiça. Isso também é mau para quem predente investir em Portugal, porque se algo correr mal não mais vê os problemas resolvidos;

- Construiram muitas autoestradas com dinheiros que nos foram entregues pela União Europeia mas criaram portagens insuportáveis e as estradas nacionais ficam cada vez mais cheias com veículos que deveriam aproveitar as autoestradas.

- Enquanto os portugueses se afundam só faltam construir o TGV e um novo aeroporto com dinheiros públicos e da UE, para lucro das Empresas privadas que os irão explorar, com a garantia de lucro acordado, dada pelo Estado português, que as compensará em caso de falha. Por mim, poderiam fazer todas essas obras e muitas mais, desde fossem por conta e risco das Empresas que vão beneficiar dos lucros (se os houver).

 

E quando os pais dos jovens à rasca morrerem, em que situação ficarão estes jovens? será que vão herdar as reformas recusadas aos seus pais? ou entrará finalmente tudo no caos?

 

publicado por Zé da Burra o Alentejano às 15:10
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