É notícia de hoje que António Costa terá dito que "Portugal precisa de ultrapassar défice do desconhecimento".
Lembrei-me de deixar a minha reflexão sobre o assunto que acabo de tomar conhecimento pelos meios de informação (por exemplo): É claro que quando se trata de conhecimento ele nunca é demais, mas não me parece que seja esse o principal problema português, senão vejamos: muitos dos nossos engenheiros, arquitetos, enfermeiros, técnicos de saúde e até médicos, que custaram muito dinheiro a formar aos seus pais e a este pobre país, têm estado a partir por falta de oportunidades neste país. Vão para a Inglaterra, Alemanha, EUA, Arábia Saudita e outros países onde encontram oportunidades que não encontraram por cá.
E os que ficam, incluindo os detentores de cursos técnicos, têm extrema dificuldade em ingressar na carreira profissional para a qual estudaram e se prepararam durante muitos anos. Muitos deles acabam por sujeitar-se a trabalhar para empresas de prestação de serviços que lhes pagam salários que nem chegam sequer para pagar uma renda de casa em Lisboa. É que as empresas de serviços visam um lucro do negócio, que é, aliás, legítimo, e ficam com a maior parte do valor pago pelo serviço, sendo a entidade contratante muitas vezes o próprio Estado que poderia pagar melhor aos seus servidores diretos em vez de pagar a essas Empresas que sobrevivem à sua custa. O Estado deveria ter por isso ao seu serviço todo o pessoal necessário para suprir as necessidades permanentes de trabalho, sendo apenas contratado pessoal direta ou indiretamente para as necessidades extraordinárias que surgem ocasionalmente. E esta lógica não deverá ser aplicada apenas aos técnicos mas a todo o universo de serviços necessários, desde o porteiro, ao jardineiro, funcionário administrativo, enfim todos os que prestam um serviço permanente às diversas componentes de máquina.
O problema deste país não é a falta de gente que substitua no trabalho as gerações mais idosas (a fraca natalidade), mas a falta de saídas profissionais condignas para as novas gerações que já aí estão prontas para entrar no mercado de trabalho. É um problema atual e não para daqui a 20 anos. Quanto a reprodução dos jovens emigrantes, será fora de Portugal que o irão fazer, nos países para onde emigram.
Os nossos políticos (e meios de comunicação dominados pelo poder) pretendem desviar a atenção dos portugueses, falando-lhes em problemas de "fraca natalidade" para justificar o aumento da idade da reforma, para que morram antes de a atingir, o que irá acontecer no futuro até porque a "Esperança de Vida" vai inevitavelmente reduzir-se em Portugal como resultado da falência do Serviço Nacional de Saúde e da incapacidade monetária dos portugueses poderem pagar os serviços de saúde diretamente com os salários que auferem.
Não esqueço os restantes jovens sem qualificações, mas esses, infelizmente, ninguém os quer porque desemprego já há com fartura tanto lá fora como por cá: não terão futuro, nem hoje nem daqui a 20 anos.
É uma acusação vergonhosa e ofensiva por mim constatada já há muitos anos. Quem alguma vez proferiu essas palavras deve fazer "mea culpa" e reparar hoje nos milhares de portugueses que estão presentemente a emigrar em busca de trabalho no estrangeiro que por cá não encontram ou é vergonhosamente mal pago, tendo em consideração o elevado custo de vida e o nível de impostos deste país, vítima do assalto da corrupção e da alta finança que transferiu muitos milhões de euros para os "off shores" e também por via da acelerada derrocada provocada pela "globalização selvagem" que está a transferir a nossa capacidade produtiva para outros países em especial para oriente.
Os novos emigrantes não vão em demanda de uma vida fácil, sabem o que os espera e também que se ficarem por cá não poderão levar a bom termo qualquer projeto de vida, nem constituir família, nem ter filhos e, sobretudo, providenciar-lhes um futuro promissor. Assim, estão a sair e pensam voltar apenas de férias, ao contrário da vaga de emigrantes dos anos 70 que sempre fizeram projetos de voltar ao país para passarem a velhice.
Em Portugal já não se pode sonhar e quando não se sonha a vida não tem um objetivo. O sonho é fundamental para a vida: como dizia o nosso poeta António Gedeão no seu poema Pedra Filososal "Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança".
Consta da primeira página de hoje 31-7-2012 do “Jornal de Notícias” que “eles (os emigrantes) chegam de língua afiada e dizem que Portugal deixou de produzir e habituou-se aos subsídios”.
Se a notícia em título se refere apenas aos governantes portugueses que após o 25 de Abril não souberam ou não foram capazes de defender o tecido produtivo português; que se apossaram de subsídos vindos da UE para o desenvolvimento do país ainda poderei entender! Mas se o título diz respeito à população, é uma afronta, mais a mais quando tantos portugueses continuam a sair à aventura para o estrangeiro, embora se compreenda que nem todos sejam capazes de o fazer. Neste caso é uma acusação grave e ofensiva a todos os portugueses que por cá labutam por meia dúzia de euros à hora, e por vezes até menos. Então haveria que virar o espelho para eles próprios e procurar no seu íntimo o motivo que os levou a emigrar. Não é difícil e lembrar-se-ão por certo que terá sido: ou porque o trabalho era sempre mal remunerado e que não chegava para as despesas; ou porque não era compatível com as suas aptidões, conseguidas ao longo de décadas de estudos que os prepararam para uma profissão que não encontraram por cá.
Muitos dos que ficaram, tiveram, por vezes, que ocultar as suas habilitações e trabalham hoje em "Call Centers", como telefonistas que escutam as reclamações dos clientes relativamente a serviços pretados por empresas a que nem pertencem; ou em hipermercados a "passar barrinhas" e que nos momentos de menor afluxo de clientela vão lavar o chão, arrumar o armazém ou a loja do hiper, sempre com vencimentos de cerca de 500 euros. Depois há também quem não queira trabalhar, tal como em qualquer parte, inclusivé no país onde trabalha: há mendigos e ladrões profissionais. Há países em que a Segurança Social é bem mais generosa que a nossa para quem nunca contribuiu para o bem comum.
Comentário à notícia que sugere a criação de uma agência para ajudar os portugueses a emigrar.
Por falta de perspetivas de emprego em Portugal, muitos portugueses já emigraram e muitos outros desejam fazê-lo também, com ou sem agência que os ajude a escolher os destinos. Não vejo à priori qualquer inconveniente na existência de uma organização que apoie esse trabalho.
Na realidade a emigração será mesmo a única alternativa para muitos milhares de portugueses agora que a nossa economia definha e não se vislumbra “qualquer luz ao fundo do túnel”. Mas há quem não tenha gostado da declaração de que este país já não pode dar um futuro aos portugueses desempregados ( agora com cada vez menores subsídios de desemprego). O motivo é simples: não temos o hábito de que os políticos com responsabilidades no poder nos falem verdade.
No tempo das nossas colónias em África, muitos nativos negros africanos emigravam para trabalharem nas minas da África do Sul, sendo devido ao Estado português um determinado pagamento por cada trabalhador que saia para essa atividade. Espero que não se pretenda replicar cá agora essa velha prática.
O título deste post é notícia de hoje e vou referir-me a ele: Finalmente aquela é uma declaração sensata! É claro que os portugueses (incluindo professores) que não encontrem empregos cá devem tentar emigrar; resta saber é para onde e se os países que escolherem os podem e querem acolher? Acho uma afronta é outras declarações de políticos responsáveis que constantemente nos “martelam a cabeça” dizendo que "temos fraca natalidade e que em virtude disso teremos que trabalhar mais anos porque não temos quem nos substitua nos nossos empregos". Ora se não os há para quem cá nasceu, já cá está e procura emprego: para que querem mais crianças? Para termos ainda mais desempregados ou para que demos ao mundo mais emigrantes? Ninguém prevê uma explosão de empregos durante muitos e muitos anos no "velho mundo" que se encontra em decadência acelerada...
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