O que está a acontecer nas Lajes e não só, a redução dos dispositivos militares dos EUA espalhados pelo mundo, é fruto de uma necessidade de redução de despesas porque a crise ocidental afeta também aquela ainda grande potência: tem que começar por algum lado e os EUA não vão ser a maior super potência para sempre. Quando o dinheiro falta há que cortar nas despesas. O futuro está no extremo oriente e os próprios EUA apressaram o processo quando se deixaram capturar e ceder às grandes multinacionais americanas e aderiram à globalização que está a deslocar rapidamente para o extremo oriente a sua produção e "Know how". Vai ser uma queda difícil, em especial quando se trata de um país com as capacidades militares como são as que têm os EUA. O problema será pior quando a China atingir o nível militar dos EUA. Aí irão encontrar-se um a aumentar a sua capacidade militar e o outro a procurar não deixar ultrapassar-se mas sem dinheiro para resistir. Não é a primeira vez na História que uma super potência é ultrapassada por outra, porém nos dias de hoje o problema é gravíssimo porque há poder destrutivo à escala planetária.
Quanto à China ir ocupar o lugar dos EUA nas Lajes é sinistro, nem a própria China estaria disposta a fazer tal afronta aos EUA. Haveria outra hipótese que seria a de ceder uma outra base nos Açores aos Chineses mas também não acredito que aceitassem por ora, porque é cedo demais para a China. Também não acredito que a simples ameaça sirva para os EUA repensarem a sua posição, pois também eles têm consciência de que seria "bluff".
Refiro-me hoje a duas guerras: uma, a guerra na Ucrânia, em que tanto os EUA como a UE condenaram imediatamente a Rússia, impondo-lhe sanções por prestar apoio aos rebeldes ucranianos, depois do abate de um avião comercial que deveria ter evitado a zona de guerra; outra, o ataque a Gaza, na Palestina, praticado por Israel, em que nem EUA nem UE tomaram qualquer atitude para parar o massacre, cujas principais vítimas são os civis que habitam o local, e que a ONU diz poder configurar um "crime de guerra". EUA e UE ficam-se por simples e ineficazes pedidos de tréguas. Nenhuma medida mais dura contra Israel foi tomada para além disso, pelo que, na prática, se tornam coniventes com a situação. Israel está a utilizar o seu poderio militar, fornecido principalmente pelos EUA, contra uma cidade indefesa, por isso não seria de estranhar que os EUA fossem condenados à semelhança do que foi feito à Rússia no caso da Ucrânia.
Israel tem motivos de queixa dos rebeldes do Hamas, mas isso não lhe dá o direito de bombardear indiscriminada a faixa da Gaza, de onde a população nem pode fugir porque dum lado está o mar e do outro Israel. A única coisa aceitável que Israel poderia fazer seria, utilizando a tecnologia militar de ponta de que dispõe, fornecida pelos EUA, atacar os lançadores de mísseis. Mas teriam que ser “ataques cirúrgicos”, porque na guerra não vale tudo e Israel nada respeita, nem hospitais, escolas, mesquitas, zonas de refugiados, incluindo os das Nações Unidas. Já alguém imaginou o que seria bombardear um bairro de Paris, Nova Iorque ou Londres que estivesse na posse de um qualquer grupo militar revoltoso? Não! Essa não poderia ser a solução; as autoridades teriam que chegar ao local e combater aí os revoltosos, apesar de se sujeitarem a maiores perdas militares.
Evito usar a expressão "terrorista", porque a História ensina-nos que um terrorista é considerado pelo outro lado como um patriota. Por exemplo, os combatentes em África contra os portugueses eram apelidados por nós como terroristas, mas hoje, passados 40 anos, nem nós usamos mais esse termo. Assim, ser ou não ser "terrorista" depende apenas do lado em que se está e até do ano.
Veja aqui algumas imagens sobre a guerra na Palestina em Gaza
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