Será o Brexit "o começo de uma nova Europa", mais solidária, mais humana e que procure resolver os problemas dos cidadãos europeus?
E se o Syriza ganhar as eleições na Grécia? que implicações terá na UE? À última hora o BCE procurou acalmar a UE e indiretamente os gregos, anunciando planos de solidariedade económica entre os vários Estados, que não são suficientes para dar esperança nem a gregos nem a ninguém, de que isso vai trazer um futuro diferente; apenas se dirige a Estados que cumpram a austeridade e a bancos que até esbanjaram despudoradamente muito dinheiro em investimentos de alto risco e que não sucumbiram completamente apenas porque foram intervencionados perante a sua ruína eminente. Mesmo assim, há ainda muitos casos por resolver, como no caso português da falência do BES, evitada pela divisão entre "Banco Bom" e "Banco Mau", uma solução obviamente ilegal tomada para evitar a contaminação a outros bancos, mas a "batata quente" ficará na mão do Estado Português quando o "Banco Bom" for vendido.
Noutros países houve soluções também inovadoras e nada abonatórias para a fiscalização bancária, como em Chipe e na Irlanda, onde muitos depositantes e investidores perderam muito dinheiro.
A eventual saída da Grécia do Euro vai provar que as receitas aplicadas de austeridade desenfreada não são solução para nada. E que acontecerá se BCE e FMI se recusarem a negociar a dívida com o novo governo? não haverá mais financiamento, mas a dívida também não poderá ser paga!
Há mudanças a fazer para corrigir os efeitos da infeliz globalização selvagem; do liberalismo sem ética nem regras; da não limitação da circulação de grandes volumes de capital para zonas livres de impostos, acampanhada por uma conivente desregulamentação bancária; da desindustrialização (e não só) do ocidente, transferindo a capacidade produtiva para os países do 3.º mundo; da aceitação em massa de imigrantes de qualquer parte do mundo para fazer concorrência aos assalariados da UE, fazendo aumentar o desemprego, reduzindo salários e direitos sociais; mudança que se reflete depois na descaracterização da UE por ter incluído populações com culturas muito diversas sem que fossem cultural e socialmente integradas, provocando um mal-estar social geral que leva a conflitos e até ao terrorismo interno; menor poder de aquisição e o definhar das economias ocidentais; outros desvarios inventados pelo capitalismo após a queda do muro de Berlim que só servem as grandes companhias e para os países do extremo oriente, para onde se deslocou já o centro económico mundial sem que isso se reflita sequer numa maior justiça social nesses locais.
Mas agora já é tarde, muito tarde para recuar em muitos aspetos, será que alguma coisa poderá ser ainda corrigida para que não se dê o total desmoronamento da UE e a Europa entre num caos previsível?
O "Sonho Europeu" está chegando ao fim. A medida tomada em relação ao Chipre foi a machadada que faltava. É o fim do sonho europeu: o início do fim da União Econômica Monetária e talvez até da União Europeia. É verdade! a morte do "doente" já se anunciava para mais cedo ou mais tarde, agora, logo que os bancos abram no Chipre, todos os cipriotas correrão a levantar as suas poupanças até aqueles com poupanças inferiores aos 100 mil euros, porque depósitos avultados já terão sido levantados noutros países onde os bancos cipriotas continuam abertos, apesar dos em território cipriota estarem fechados. Assim, talvez os bancos cipriotas nem cheguem a abrir tão cedo devido a insolvência e se abrirem será apenas para levantamentos que assegurem o mínimo para a subsistência dos cipriotas. E depois? Depois seguem-se os restantes países da União Econômica Monetária. Qualquer economista básico ou até pessoa com uma cultura mediana sabe que o sistema bancário funciona por confiança e que nenhum banco resiste ao levantamento simultâneo de, por exemplo, 1/4 dos seus Depósitos. Assim, a queda dar-se-á mais ou menos pela seguinte ordem: Chipre, Grécia, Malta, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália ...
Os responsáveis da UE ora dizem que a fórmula poderá ser aplicada por outros países em condições idênticas; ora dizem que não será seguida por mais nenhum caso, mas quem irá acreditar agora que se "abriu a caixa de pandora"?
Alguns países da UE estão realmente a aumentar a idade da reforma para os 65 anos mas nesses países a idade da reforma era em geral aos 60 anos. Em Portugal está nos 65 anos e ao nível da idade que está a ser adotada por esses países. Mas vendo o problema de outra ótica: Será que quem defende o aumento da idade das reformas não está a ser perverso? não estará a ser insensível para com o desemprego que assola o ocidente? que sentido faz aumentar a idade das reformas quando o desemprego é tão alto e não irá descer tão cedo? será para dificultar a vida dos jovens? para que os jovens tenham maiores dificuldades em entrar na vida ativa? Será preferível gastar dinheiro para que jovens frequentem cursos que de nada servem a não ser ocupá-los e retirá-los das listas de desempregados enquanto se mantêm os velhos a trabalhar, muitos deles já debilitados, alguns à beira da morte, porque até nesses casos a reforma é difícil de ser conseguida em Portugal?
Está tudo errado: os mais idosos, além de mais débeis físicamente estão também em geral técnicamente menos preparados para a competição global, porém, são obrigados a manter-se na vida ativa para se sustentarem a si e aos seus filhos, jovens e saudáveis com 20/30 e mais anos que não conseguem emprego em lado nenhum. A lógica ditaria até o contrário: deveria facilitar-se a saída para a reforma dos mais velhos o que permitiria a entrada de alguns jovens nos poucos empregos disponíveis..... Pretendem que os velhos continuem a trabalhar (e a descontar) e que morram antes mesmo de beneficiar dos descontos feitos durante toda a vida para um merecido descanso no seu final. É isso! querem acabar com as reformas, mas por outro lado dão-se subsídios a gente que não quer trabalhar, que nunca trabalhou, nem descontou, nem contribuiu nunca para o bem comum. Alguns desses beneficiários andam por aí ganhando extras em vidas marginais e até no crime. Também vemos gente acumular reformas "chorudas" de dezenas de milhares de euros: são "magnatas" que também não contribuiram significativamente em relação ao que recebem até porque são relativamente jovens e não poderiam estar em vários locais ao mesmo tempo. Alguns recebem directamente das empresas a que estiveram ligados durante uns (poucos) anos, empresas que nos aumentam os seus serviços para que os lucros se mantenham e aumentem até.
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