Muitos "socialistas" estarão agora hilariantes com a eleição de António Costa e o PS deverá ganhar as próximas eleições porque o líder escolhido tem na realidade mais condições de fazer frente ao PSD para as conseguir ganhar e com uma margem maior. Para que isso aconteça, deverá fazer promessas e mais promessas que sabe à partida não irá cumprir, característica mais difícil de assumir por António José Seguro.
No final, ainda que ganhe as eleições tudo ficará na mesma, como é evidente, pois ambos os partidos estão comprometidos com a situação caótica a que este país chegou: muita corrupção; elaboração de leis que dificultam e impedem a criminalização da corrupção; muito domínio da comunicação social; e a alteração da lei eleitoral por forma a assegurar maiorias absolutas com realidades nas urnas mais adversas (alteração da lei eleitoral).
Como estes partidos não são já capazes de se mudar a eles próprios nem o povo é capaz de sair do círculo vicioso em que anda há 40 anos: tudo continuará na mesma, seja com 60, 70 ou mais por cento de abstenção, o que não importa porque nunca afetou nem afeta as eleições futuras. A "alternância" irá continuar; ou deverei chamar-lhe "rotativismo", como era conhecido no séc. XIX, em que o poder era exercido alternadamente pelos dois grandes partidos políticos da época: o do centro-direita e o centro-esquerda. Na maior parte do período entre o Partido Regenerador e o Partido Progressista ou o Partido Histórico.
Entretanto os atuais partidos irão fazer oposição e no final do mandato tudo volta ao princípio. Existe apenas uma dúvida que é a de saber se o PS conseguirá encontrar uma "moleta", caso necessite dela, porque de contrário terá mesmo que procurar a solução de recurso PS+PSD.
Se estas tivessem sido as eleições parlamentares iríamos ter uma de duas soluções:
- um governo de coligação do Partido Socialista com o MAP (de MarinhoPinto) ou;
- um governo da AP (PSD+CDS) com o MAP (de MarinhoPinto).
Elas serão o mais tardar já em 2015. Esperem porque um ano passa depressa...
Ainda estamos em campanha eleitoral para as eleições europeias, mas elas vão servir de teste para dar uma indicação a todos os partidos sobre a tendência de voto dos portugueses nas seguintes, as legislativas, que serão muito mais importantes para o país.
Nem o PS nem o PSD e o CDS coligados deverão atingir a maioria absoluta em qualquer um dos dois próximos atos eleitorais.
Em virtude da coligação do PSD com o CDS também não será possível ao PS fazer uma coligação apenas com o CDS para apoio a um governo contra a vontade do PSD, pelo que os três partidos PS PSD e CDS deverão acabar por colaborar no apoio a esse governo que mantenha o rumo das políticas atuais: a redução de direitos dos trabalhadores, a redução dos salários e das pensões, a redução dos apoios sociais e o aumento dos impostos sobre o trabalho e o consumo, tudo em nome do aumento do equilíbrio das contas públicas e da competitividade da economia portuguesa. A exceção poderá ser o aparecimento de uma nova força política à qual o PS possa coligar-se e que aceite apoiar as políticas ultra-liberais e de submissão à União Europeia e à Alemanha que este país tem seguido e que o PS continuará a manter.
O PS sempre foi o partido de "alternância democrática" e continuará a sê-lo, por isso não esperem mudanças significativas com o PS no governo (de novo). E já lá vão 40 anos de alternância e de rotativismo.
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