É hoje notícia em todos os meios de informação, nomeadamente na TV e aqui. Mas porque irá isso acontecer?
Como é evidente, isto trata-se de um passo para a privatização: Uma Empresa privada visa fundamentalmente o lucro e não o serviço público, por isso quando esta for privatizada será mais apetitosa para os eventuais candidatos se já estiver aliviada de ligações (nº de comboios por dia) e até de trabalhadores, nem que para isso a CP se veja na necessidade de obrigar os seus funcionários a fazer horas extraordinárias que seriam desnecessárias se a empresa admitisse o pessoal de que precisa para operar com qualidade o serviço; e até ajudavam no combate ao desemprego endémico em Portugal, realidade que na prática não é preocupação do governo. Se assim fosse não teria facilitado o recurso às horas extraordinárias e baixado o seu custo; teria feito precisamente o contrário. A única preocupação governamental é mascarar as estatísticas, baixando artificialmente os números dramáticos que elas revelariam se fossem honestas.
A lógica de um serviço público providenciado pelo estado é o de servir a população; a lógica de um serviço público providenciado por uma empresa privada é o de conseguir maximizar os lucros, e isso é sempre à custa da redução da qualidade do serviço à população e do bem-estar dos seus trabalhadores.
Aprendam que o zé não vive sempre!
Para quando a legislação do governo de Passos Coelho (PSD/CDS) no sentido de limitar o recurso às horas extraordinárias aos casos extraordinários?
As horas extraordinárias deveriam aumentar o seu preço para desincentivar o recurso a essa modalidade aos casos reais e extraordinários. Baixar o preço das horas extraordinárias é fazer precisamente o contrário.
Quando uma Empresa usa recorrentemente a modalidade precisa na realidade de mais trabalhadores, nem que seja de forma temporária.
Últimamente este país tem sido assolado por uma vaga de greves na área dos transportes coletivos, sobretudo, devido à redução do pagamento das horas extraordinárias em dias de descanço e em feriados.
Os utentes são agora também mais penalizados que nunca, pois as empresas abandonaram também o hábito de colocarem transportes alternativos em dias de greve para os seus utentes, facto que é ignorado pela comunicação social e que merecia alguma referência e até justificações.
Quanto aos utentes: uns reclamam contra os trabalhadores; outros compreendem (estão contra as empresas). Mas há uma questão que ninguém refere: se essas empresas precisam sistematicamente que os seus funcionários trabalhem para além do seu horário normal de trabalho é porque esse trabalho corresponde a necessidades permanentes da empresa. Assim, considerando até o elevado número de desempregados deste país, PORQUE NÃO ADMITEM SIMPLESMENTE MAIS PESSOAL PARA OS SEUS QUADROS? Os representantes dos trabalhadores não costumam falar nisto e até se compreende que assim seja para não desagradar a uma parte deles que preferem receber mais algum dinheiro ao fim dos mês do que terem mais tempo de descanço e para estarem com a família. Não podemos esquecer que em Portugal os salários são muito baixos para o custo de vida em geral...
Porém, face à situação de desemprego existente, o governo deveria até criar leis e fazê-las aplicar por forma a impedir o recurso regular ao trabalho extraordinário, mas, infelizmente, faz exatamente o contrário, pois ao baixar o custo das horas extraordinárias está a fomentar e a encorajar essa prática. Por isso ninguém acredita que este governo faça o que seria mais correto. Este governo cria leis que obrigam os trabalhadores a fazer horas extraordinárinárias, quer eles queiram ou não e sempre a um preço cada vez mais baixo, numa espécie de nova escravatura.
Compreendo a revolta dos trabalhadores que se manifestam (em greve) contra a redução do valor do pagamento das horas extraordinárias.
Tendo em consideração até a alta taxa da desemprego a própria lei deveria permitir o recurso das Empresas à utilização do trabalho extraordinário apenas para os casos pontuais e não como prática de gestão corrente das Empresas, como acontece em algunas na área dos transportes.
É claro que quando a própria lei reduz o preço das horas extra, essa lei não está a promover a criação de Emprego mas a exploração dos atuais trabalhadores, que, por vezes, são obrigados a fazê-las contra a sua própria vontade. Assim, seria compreensível que as greves fossem contra as horas extra e que fossem por período indeterminado até à alteração do atual regime que as regula.
Muitos trabalhadores, porque são mal pagos, também desejam fazer horas extraordinárias, pois contam até com esse acréscimo de rendimento no seu salário e nem se lembram que estão a retirar a possibilidade de outros terem trabalho.
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