Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2015
Já em 2015 as faturas com número de contribuinte registadas nas plataforma das finanças servirão, não só para se habilitar ao sorteio do automóvel, mas, sobretudo, para o desconto no IRS de 2015.
Como fazer então: o interessado (cliente) terá que ir ao portal das finanças (ver link abaixo), escolher "faturas", depois "consumidor", aí é-lhe pedido o "n.º de contribuinte" e "a sua senha secreta das finanças" para entrar no espaço seguinte onde poderá confirmar se aquela fatura que lhe foi entregue quando realizou o pagamento do serviço ou da compra foi efetivamente lá registada pelo prestador do serviço ou pelo comerciante. O próprio cliente poderá fazer o registo caso não tenha sido feito.
Porém, existem várias dificuldades e até riscos que impedem uma grande parte dos cidadãos de poder fazê-lo, a saber: ou porque não têm um computador ligado à internet paga, uma vez que usar o "wi-fi" é fortemente desaconselhado porque tudo o que se faz poderá estar a ser monitorizado por alguém que possa roubar a sua identidade; ou porque não tem um bom antivírus; ou simplesmente porque não sabe lidar com as novas tecnologias, o que também é uma justificação válida. Conclue-se assim que a criação da e-fatura é no mínimo infeliz, para não dizer uma forma de discriminar os portugueses.
Nestas condições, ainda que muitos cidadãos peçam já as faturas com o seu nome e n.º de contribuinte, elas poderão de nada valer simplesmente porque não foram registadas.
Vamos ter dois tipos de cidadãos: os que se habilitam ao automóvel e que abatem no IRS uma parte das despesas conforme as faturas registadas na plataforma; e os outros, os que não têm essa possibilidade. Será isto Constitucional?
Esta situação real de muitos portugueses não poderem conferir quaisquer faturas nunca é referida em discussões sobre o assunto e eu não compreendo porquê.
Há quem alerte para a necessidade de conferir o registo das faturas, dê indicações de como o fazer online, mas nunca são referidos os casos em que isso não é possível (3.º link).
Links:
DESPESAS GERAIS E FAMILIARES 2015
FATURAS - PORTAL DAS FINANÇAS
ALERTA PARA A NECESSIDADE DO CLIENTE CONFERIR O REGISTO DAS FATURAS
Segunda-feira, 24 de Março de 2014
O título deste "post" é o de uma notícia de hoje no Sol, sobre a qual direi:
- Que rica ideia para quem paga e recebe em dinheiro vivo, ou para quem paga ou recebe montantes avultados com o dinheiro dos "offshores", o novo local onde os verdadeiramente ricos têm depositado o seu dinheiro a salvo de qualquer imposto ou taxa. Os "homens da mala" a que se refere Medina Carreira no vídeo abaixo indicado também continuam isentos.
Se hoje já pouco ou nada se ganha em termos de remuneração por ter no banco o pouco dinheiro que ainda se possui e ainda se corre o risco de ficar sem ele, caso o banco vá à falência, porque o fundo de garantia bancária não funciona e é uma pura fantasia, então será melhor guardá-lo à moda antiga, num pote enterrado no solo, não vá o Estado resolver aplicar estas taxas.
ver a notícia no Sol, em
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=102012vídeo sobre os pagamentos em dinheiro vivo ao "homem da mala"
http://www.youtube.com/watch?v=x2-1JkksUy0
Terça-feira, 14 de Setembro de 2010
Um curso superior será no futuro, de novo, previlégio dos filhos de quem tem posses económicas. No pós 25 de Abril e até há pouco tempo muitos filhos de gente humilde tiveram a possibilidade de obter um curso superior e de ascenderem socialmente por essa via, mas isso vai deixar de ser possível: muitos pais já não suportam as despesas de um filho no ensino superior e muito menos se ele tiver que mudar de cidade ou se forem vários os filhos, basta fazer as contas às despesas...Os filhos herdarão assim de novo a condição social dos seus pais e nem os 12 anos de escolaridade básica lhes podem valer porque o 12.º ano vale hoje menos do que o antigo 5.º ano do liceu (9 anos) de há 30 anos. Nessa altura era o suficiente para poder aspirar a entrar para os quadros de uma qualquer empresa para lugares hoje disponíveis para licenciados. E nem sequer os jovens ficam hoje melhor preparados, dadas as facilidades actuais no ensino que são bem conhecidas de todos e que levou até há poucos dias um responsável do ensino da medicina em Portugal ter referido que apesar dos candidatos aceites terem todos médias superiores a 18 valores eles iriam sofrer um grande "choque" agora ao entrarem em medicina, porque estão habituados a um ensino pouco exigente em termos de avaliação.