Os partidos NEOLIBERAIS de Direita (PSD e CDS) parece não querem entender porque o BE e o PCP deixaram passar o "plano de estabilidade financeira" que nos foi exigido pela UE, mas a explicação é tão simples: OS Partidos de Esquerda (BE e PCP) NÃO QUEREM SOBRETUDO QUE O GOVERNO ANTERIOR VOLTE AO PODER POR ISSO TUDO FAZEM E FARÃO PARA QUE ISSO NÃO ACONTEÇA. Se vier a acontecer a situação económica dos portugueses de classe baixa e média irá continuar a degradar-se, não porque a isso são obrigados por constrangimentos da UE, mas porque está no espírito e na ideologia daqueles dois partidos. Aqueles partidos preparavam-se e continuam a preparar-se para acabar com os serviços públicos essenciais prestados pelo Estado, para os quais todos pagamos direta e indiretamente. Quando voltarem, voltarão à carga e a saúde, a educação, o apoio no desemprego e a segurança social serão áreas a reduzir ao mínimo ou a abandonar pelo Estado, deixando espaço livre para os privados ganharem aí muito dinheiro à custa de quem puder - obviamente - pagar. As pensões e as reformas dos mais velhos e doentes continuarão a cair rapidamente. Há que não esquecer que o último governo preparava-se oficialmente para apenas conceder a reforma por invalidez a pessoas cuja esperança de vida não fosse superior a três anos.
Muitos portugueses ficaram espantados com a decisão do Partido Socialista (PS) ter optado por se aproximar dos partidos à sua esquerda em vez de apoiar ou simplesmente deixar passar o governo da coligação "Portugal à Frente" (PàF), feita pelo PSD e CDS para as recentes eleições legislativas.
Mas se pensarmos um pouco não é muito difícil de compreender a escolha tendo em consideração o resultado das eleições.
Se confrontarmos o recente resultado eleitoral com o de 2011 chegamos à conclusão da tabela abaixo, onde comparo o número de deputados conseguidos em 2011 e em 2015 por cada uma das formações.
Partidos e coligações | 2011 | 2015 |
PSD + CDS | 132 | 107 |
PS | 74 | 86 |
PEV | 16 | 17 |
BE | 8 | 19 |
PAN | - | 1 |
Número de deputados | 230 | 230 |
Da tabela acima poderemos concluir que o grande perdedor foi o PSD + CDS que em conjunto perderam 25 deputados, apesar de terem ido em conjunto ao sufrágio, o que lhe trouxe por certo alguns ganhos. Mas o PS apenas conseguiu mais 12 deputados. Então para onde foram os restantes 13 que o PSD e CDS perderam? Como não será de supor que os eleitores perdidos pelo PSD e CDS terão passado diretamente da extrema direita (não nacionalista) para o BE, poderemos concluir que esses eleitores terão votado realmente, na sua maioria, no PS, mas, entretanto, muitos eleitores que votavam tradicionalmente no PS votaram desta vez no BE. Por isso o PS não conseguiu ser o partido ou grupo mais votado em 2015. O BE foi realmente o grande vencedor destas eleições.
Aí está a razão porque o PS preferiu formar um governo, aproximando-se do BE e dos eleitores perdidos na esperança de que num futuro ato eleitoral venham a regressar ao partido de onde sairam.
Mas os deputados do BE não são suficientes para formar uma maioria na Assembleia da República, nem juntando o deputado conseguido pelo PAN. Assim, só restava a solução de incluir também o PEV nas negociações, onde se inclui o PCP. É verdade que o PCP de hoje já não é igual ao de há 4 décadas, já não defende a ditadura do proletariado, nem tem uma URSS como potência de referência, mas é um partido de esquerda bem ancorado pelas forças sindicais mais representativas e não as irá trair. Na realidade, nenhum dos partidos portugueses de hoje são iguais ao que eram há 40 anos atrás.
Se, porém, o PS tivesse optado pela coligação PàF, iria perder muitos mais eleitores para o BE nas eleições seguintes e ficaria sujeito a tornar-se num pequeno partido, ao nível do BE e do PEV. Entretanto, a oposição seria feita por aquelas duas formações, valorizando-as.
É claro que a opção feita pelo PS irá fazê-lo perder os eleitores mais à direita, mas não deverá ser muito importante até porque o governo PS irá procurar não molestar muito mais a maioria as vítimas de sempre: os pequenos empresários, os assalariados, os funcionários públicos e os reformados. A missão é difícil mas se o conseguir o PS poderá ultrapassar este momento de crise.
Muitos "socialistas" estarão agora hilariantes com a eleição de António Costa e o PS deverá ganhar as próximas eleições porque o líder escolhido tem na realidade mais condições de fazer frente ao PSD para as conseguir ganhar e com uma margem maior. Para que isso aconteça, deverá fazer promessas e mais promessas que sabe à partida não irá cumprir, característica mais difícil de assumir por António José Seguro.
No final, ainda que ganhe as eleições tudo ficará na mesma, como é evidente, pois ambos os partidos estão comprometidos com a situação caótica a que este país chegou: muita corrupção; elaboração de leis que dificultam e impedem a criminalização da corrupção; muito domínio da comunicação social; e a alteração da lei eleitoral por forma a assegurar maiorias absolutas com realidades nas urnas mais adversas (alteração da lei eleitoral).
Como estes partidos não são já capazes de se mudar a eles próprios nem o povo é capaz de sair do círculo vicioso em que anda há 40 anos: tudo continuará na mesma, seja com 60, 70 ou mais por cento de abstenção, o que não importa porque nunca afetou nem afeta as eleições futuras. A "alternância" irá continuar; ou deverei chamar-lhe "rotativismo", como era conhecido no séc. XIX, em que o poder era exercido alternadamente pelos dois grandes partidos políticos da época: o do centro-direita e o centro-esquerda. Na maior parte do período entre o Partido Regenerador e o Partido Progressista ou o Partido Histórico.
Entretanto os atuais partidos irão fazer oposição e no final do mandato tudo volta ao princípio. Existe apenas uma dúvida que é a de saber se o PS conseguirá encontrar uma "moleta", caso necessite dela, porque de contrário terá mesmo que procurar a solução de recurso PS+PSD.
. Porque PCP e o BE deixara...
. Novo governo do PS em Por...
. António Costa ganhou a li...
. Corrupção em Portugal