Passos Coelho terá dito que "não aprovou o pacote de austeridade porque iria impor sacrifícios inaceitáveis aos membros mais vulneráveis da sociedade". Então que diga a quem vai impor sacrifícios para que os portugueses saibam. É que alguém vai ter que pagar a conta.
Para o PCP e BE a maior fatia do sacrifício deveria ser paga pelas classes altas, que beneficiaram com a situação que levou à crise, criando imposto especiais sobre os lucros das grandes Empresas, as transações financeiras, as mais valias e as verdadeiras fortunas e bens de luxo, aumentando os que insidem sobre barcos de recreio e aviões particulares, mansões, etc... Também acabariam com o "offshore" da Madeira, passando as Empresas lá sediadas a pagar impostos; Para o PS a maior fatia já foi para a Função Pública (e continuará a sê-lo), para a "classe média", com rendimentos estabalecidos acima dos 1500euros/mês, não deixando de fora os mais pobres, com redução de subsídios de desemprego e outros, cortes na saúde, nas comparticipações de medicamentos, transportes em ambulância. Para o PS não são consideradas necessitadas as pessoas que possuem casa própria, que muitas vezes nem está completamente paga, e mesmo que esteja não a poderão vender porque vivem nela. Mais: há casas de 50mil euros e outras de 1milhão (ou mais). Essas sim, mesmo que sejam habitadas pelos seus proprietários podem ser vendidas e substituídas por outras mais modestas. O PS não faz qualquer destinção e se relativamente aos das mansões de milhões os cortes nas prestações sociais não os atingem, porque não necessitam delas, o mesmo não se passa relativamente aos outros, aos das casas de 50/100/150/200mil que até precisam delas para morar. Nos sacrifícios impostos pelo PS nota-se uma salvaguarda dos mais ricos, os principais visados pelo PCP e BE; Quanto ao PSD, creio não haver grande diferença do PS quanto aos escolhidos para pagarem a maior fatia da crise, mas quis deixar um "tabu": como diz querer poupar os mais vulneráveis da sociedade, deverá dizer agora quem escolhe para pagar a maior fatia da dívida?
Aproximam-se novas eleições que irão ditar o rumo de Portugal para enfentar a crise criada pelos políticos e economistas do sistema e do arco partidário (PS/PSD). As opções que tomaram para o nosso país foram desastrosas e agora aí temos os resultados. Infelizmente, tudo se perfila para que voltem a ganhar os mesmos que se têm alternado no poder desde há 30 anos. Os meios de informação "opinion maker" têm a máxima responsabilidade nisso e, em consequência, no resultado eleitoral que ditará a escolha dos portugueses. As únicas soluções apresentadas pelos meios de informação (em especial pela televisão) são as do PS e do PSD (como se mais nada existisse), soluções que apontam para um maior aperto de cinto sempre para os mesmos: eliminação de direitos dos assalariados, redução dos salários e das reformas, aumento da idade da reformas, retirada de direitos adquiridos na saúde, educação, apoio social, redução das comparticipações nos medicamentos, aumento de "taxas moderadoras" ilegais porque vão contra a Constituição do país, que diz dever a saúde "SER TENDENCIALMENTE GRATUITA", venda das poucas Empresas públicas que ainda restam, aumento de impostos para pequenos comerciantes e industriais, etc.... Qualquer aumento da comparticipação das Empresas que mais lucram neste país fica sempre excluída, como por exemplo: a criação de um imposto suplementar sobre os lucros dessas Empresas, que até foram privatizadas a preços simbólicos e que hoje dão muitos milhões de lucros para os seus acionistas. As entidades que lucraram com a situação que levou ao despoletar da crise também não são incomodadas. Todos os partidos situados à esquerda do PS são silenciados e não será por puro acaso. Nem sequer se leva em linha de conta o grande aumento de votação num partido como o Bloco de Esquerda nas últimas eleições legislativas. Porque não apresentam aos portugueses o confronto das soluções dos partidos do sistema (PS/PSD/CDS) com as dos partidos à sua esquerda? Porque os comentadores televisivos são sempre do PS ou do PSD? Porque os debates são frequentemente apenas entre PS e PSD? O que esses partidos pensam já todos os portugueses têm obrigação de saber, eu diria mesmo "de gingeira". Em breve virão as sondagens de intenção de voto, fundamental para a decisão dos indecisos, e que favorecem sempre os partidos como o PS ou PSD e que depois nunca atingem os votos anunciados nas sondagens, levantando-se já a suspeita de que essas sondagens também são pouco sérias. As sondagens deveriam até ser proibídas e são-nos em alguns países, principalmente quando muito em cima do ato eleitoral, porque dão indicação de voto aos indecisos e adulteram a democracia.
Vou repetir um comentário que venho a colocar na internet há já cerca de 4 anos, mesmo antes de ter criado este blogue e que pode ser encontrado facilmente pesquisando por "globalização" e o meu "nickname" .
GLOBALIZAÇÃO SELVAGEM
A Globalização, tal como foi concebida, vai determinar o fim da Europa social que conhecemos.
O ocidente caiu na armadilha da Globalização que os Bancos e as grandes Companhias lhe venderam com promessas que desconheço: Não se trata apenas da crise criada pela especulação bolsista americana e pela não fiscalização das reservas de segurança da generalidade dos bancos e dos fluxos monetários com destino aos paraísos fiscais perdendo-se depois o rasto do dinheiro. Bancos e grandes Companhias visavam a obtenção de maiores lucros.
As companhias pretendiam aproveitar-se dos baixos custos de produção no extremo oriente, em virtude dos baixos salários e da inexistência de obrigações sociais, mas o resultado não será exactamente o esperado porque esses países têm ainda um baixo poder de compra e as produções destinavam-se sobretudo à exportação para o ocidente onde se encontram as populações com maior poder de compra agora em rápido declínio, fruto do descalabro da globalização .
Ao aderirem ao desafio dessa globalização, os países ocidentais e da União Europeia prometeram ao seus cidadãos que as suas economias se tornariam mais robustas e competitivas (não sei bem como) e não exigiram aos países do oriente que prestassem às suas populações mais e melhores condições sociais, como: regras laborais justas, melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na saúde e na velhice para poderem aceder livremente aos mercados ocidentais. Não! o ocidente optou simplesmente por abrir as portas à importação desses países sem que essas condições fossem satisfeitas, criando assim uma concorrência desleal e “selvagem” da qual o ocidente nunca poderá ganhar. A única solução será a de nivelar as condições sociais dos trabalhadores ocidentais pelas desses países e que são miseráveis (crianças chegam a ser vendidas pelos próprios pais para servirem de escravos). O ocidente franqueou as suas portas a países que estão em rápido desenvolvimento tecnológico, com custos de mão de obra insignificantes e sem comprometimento com a defesa do ambiente, com tecnologias altamente poluidoras e por isso mais baratas.
É a um nivelamento por baixo das condições sociais dos trabalhadores ocidentais que estamos a assistir neste momento numa tentativa desesperada de resistir a uma guerra perdida. Daí a revolta que se observa nos vários países da UE. Mas será que os trabalhadores ocidentais vão aceitar trabalhar a troco de dois ou três quilos de arroz por dia, sem direito a descanso semanal, férias, reforma na velhice, etc...? Não! O resultado será um lento definhar em direcção ao caos e enquanto umas empresas fecham portas para sempre e outras se deslocarem para a China ou para Índia, onde não serão sufocadas pela concorrência desleal, mas mesmo essas terão que reduzir a sua produção. Entretanto, no ocidente a indigência, a marginalidade e o crime mais ou menos violento irão crescer e atingir níveis inimagináveis, apenas vistos em filmes de ficção ou referidos nos escritos bíblicos do apocalipse. A época áurea Europa e do ocidente será coisa do passado. Espera-nos uma espécie de nova “Idade Média”, onde restarão alguns privilegiados, protegidos por alta segurança, enquanto a maioria se afunda no caos: desaparecerá a chamada classe média e de remediados. Há que recuar mas será que ainda vamos a tempo?
Eis porque iremos andar de PEC em PEC, numa tentativa infrutífera de de equilibrar a balança da concorrência global desenfreada!
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