Ainda há "ricos e pobres" no acesso à saúde. Este é o título de uma notícia no rr.sapo.pt, que é depois desenvolvida no texto que se segue e que vos convido a ler (ver notícia).
Relativamente ao assunto quero acrescentar que isso é o resultado de um plano preparado para liquidar o Serviço Nacional de Saúde, que aqui se apelida de SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE, tendo em vista o aumento de espaço para a sua substituição por um Serviço de Saúde Pública baseada em Seguros de Saúde contratados a companhias de seguros, à semelhança do que acontece em diversos países que, porém, têm diferenças muito grandes relativamente a Portugal: 1.º) a sua população utiliza esse sistema há muitos anos; 2.º) tem um poder de compra muito superior ao dos portugueses; 3,º) a população (que pode) tem o cuidado de fazer um seguro de saúde para qualquer criança o mais cedo possível, até porque fica muito mais económico para o segurado porque terá pela frente a expectativa de gozar de muitos e bons anos de saúde, pois as doenças e acidentes vão aparecendo e agravando ao longo da vida, o que corresponde a um largo período de lucro expectável para a companhia seguradora e é precisamente esse o objetivo de qualquer seguradora.
Apesar disso existem nesses países casos dramáticos, porque como o sistema baseado em seguros de saúde tem em vista um negócio e vez de servir a população, quem não tem dinheiro para pagar um bom seguro ou atingiu o "plafond" (valor máximo que a companhia paga) não beneficia de qualquer apoio com uma qualidade mínima aceitável e acaba por morrer por vezes como um cão vadio.
Já há alguns anos que estão a nascer em Portugal, como cogumelos, os Hospitais e as Clínicas privadas, que se preparam já para a transição dos serviços de saúde para os privados; e a maioria dos portugueses nem se apercebe da mudança em curso.
Enfim, talvez pudesse ser motivo para uma manifestação "em favor do Serviço Nacional de Saúde Público", o que não ofende os cuidados de saúde privados que sempre existiram em Portugal paralelamente ao SNS.
Falei há dias com uma pessoa que está na Holanda e queixei-me da degradação dos nossos serviços de saúde; respondeu-me que por lá funcionavam os Seguros de Saúde, que toda a gente os tinha e que ela pagava mensalmente cerca de 300 euros só para o Seguro de Saúde, insinuando que talvez fosse essa a solução para os portugueses, porém esqueceu-se de uma coisa muito importante: é que a maioria dos portugueses que até trabalham jamais poderá pagar tais valores, até porque o salário mínimo que muitos portugueses recebem ao fim do mês não chega a atingir os 500 euros e além de não se trabalhar apenas para pagar o seguro de saúde, muitas outras despesas são por cá até superiores às dos países onde os salários são muito mais elevados. Por exemplo, já que falamos de saúde, posso informar quem não sabe que uma consulta num médico privado é mais cara cá do que na Holanda. Será uma questão de livre concorrência de mercado ou de falta de médicos por cá? Bom! eu sei que há poucos anos quando se falava no baixo "numerus clausus" nos cursos de medicina, a Ordem dos Médicos afirmava sempre que "não havia falta de médicos em Portugal". Hoje prova-se justamente o contrário. Então? talvez estivessem a pensar na quantidade de jovens portugueses que estavam a estudar medicina em Salamanca. Esses eram os que tinham a felicidade de ter possibilidades económicas para isso. É que esse curso era e continua a ser o único que garante um futuro aos jovens que o conseguem concluir, nem que para isso tivessem que passar pela "escola dos vintes".
Estávamos falando de seguros e há alguns por preços inferiores aos tais 300 euros que se limitam pagar a dentistas; ou a cobrir uma parte das despesas com consultas médicas; que ajudam a pagar exames médicos e análises, mas que não conseguem responder a situações mais graves porque aí se atinge rapidamente o "Plafond" e depois os doentes ou têm que pagar na íntegra as despesas ou acabam por ter que se socorrer do serviço público de saúde.
Também há Empresas que oferecem realmente bons seguros de saúde, não só aos seus altos quadros, mas também aos restantes funcionários, embora sejam casos especiais. Não sei é se o seguro se mantem para além da vida ativa. Se isso não acontecer, esses cidadãos acabam sem proteção no final das suas vidas, normalmente, quando mais precisam.
Que me perdoem os restantes portugueses: os desempregados, os velhos e os incapazes para o trabalho, porque a esses nem sequer me referi e têm direito a um serviço nacional de saúde a sério e não a serviço de “faz de conta”, que os obriga ir com febre e dores às 4 ou 5 horas da manhã para a fila do Centro de Saúde para conseguirem uma consulta, Centro de Saúde que vai ficando frequentemente mais longe e muitos doentes não têm transporte próprio nem da família.
"A Tribe In Africa Performs Brain Surgery With No Anesthesia And Leaves A Hole In The Skull Forever"
http://www.youtube.com/watch?v=_Q3QRhsr124
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