Há já alguns anos que se pretende que o lixo seja separado em casa e depois depositado em recepientes específicos e isso já é feito em muitos lares com todo o cuidado. Começam logo na escola a mentalizar as crianças para as vantagens que tem também os seus inconvenientes. Mas quem ganha sendo esse trabalho realizado pelos cidadãos? não se paga já na fatura da água para que o serviço seja realizado pelas empresas de tratamento de lixos? Se tiver que haver separação nos Centros de recolha e tratamento de lixos, são empregos que não se destroem, de gente sem qualquer qualificação que poucas oportunidades de trabalho têm disponíveis. Se as empresas mantiverem essas tarefas (e trabalhadores) prestam até um serviço cívico à sociedade pois essas pessoas poderão continuar a sua ganhar a vida honestamente através do trabalho. Pois se não existem empregos para os portugueses com altas qualificações, que poderão fazer aqueles que as não têm? Dêem trabalho a quem precisa e não procurem arrecadar ainda mais dinheiro à custa do trabalho dos cidadãos que até já pagam para esse fim altas taxas nas contas da água.
A propósito, lembro-me dos bancos que nos puseram a fazer o trabalho dos seus funcionários nas caixas multibanco e qual foi o resultado? despedem-se os trabalhadores desnecessários com a nova realidade; ou, quando isso não acontece, não se admitem novos trabalhadores para substituir os que vão saindo para a aposentação ou morrendo. Já não são necessários tantos bancários porque os clientes fazem eles próprios o trabalho que era feito pelos bancários há alguns anos. E ainda por cima aplicam taxas aos comerciantes e querem aplicá-las também aos clientes pelo uso dos terminais do multibanco. Quem ganhou com isso? Os aforradores não são porque ter o dinheiro no banco é sempre um risco e já não rende nada. Não fosse o receio dos assaltos e muitos aforradores retirariam de lá as suas poupanças. Quem ficou a ganhar foram os grandes banqueiros e os seus administradores, para esses sim, isto tem sido uma mina: são pagos "a peso de ouro" e ficam com regalias leoninas para o resto da vida ao fim de poucos anos e se alguma coisa corre mal nos bancos, em Portugal, retiram do banco rapidamente os seus investimentos e até não têm grandes penalidades (ou nenhumas), pelo menos até agora. Supõe-se que os amigos são também avisados antes do colapso, porque retiram também as suas poupanças de milhões, oportunamente, poucos dias antes do dia X (ou teremos que acreditar em coincidências).
Conclusão: em qualquer área (lixos, bancos,...) o problema deve ser visto de vários ângulos. Não devemos ser como as mulas (ou burros): usar palas nos olhos para vermos apenas o lado que nos querem mostrar. A esses animais as palas são-lhes postas e não as podem retirar.